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Celeste tem gols anulados pelo VAR. e Peru avança nos pênaltis
Gabriel Galo
Publicado em 30 de junho de 2019 às 15:55
- Atualizado há um ano
Era uma vez uma época em que a Arena Fonte Nova recebia grandes jogos de futebol de seleção. Na Copa das Confederações de 2013, estava lá eu na arquibancada com meu pai, vendo um show de Neymar e uma vitória inesquecível por 4 a 2 contra a Itália. Na Copa seguinte, Salvador se tornou a sede das goleadas. Alemanha em Portugal, Holanda na Espanha, França na Suíça… Fez-se, assim, uma das maiores médias de gols de uma sede de Copa do Mundo desde que não se amarra mais cachorro com linguiça.
Só que nessa Copa América 2019, o encanto ficou escondido em algum buraco do gramado lamentável da Fonte.
Uruguai e Peru foi mais um capítulo melancólico de uma competição que demora a empolgar, que não emociona. E não é pra menos.
O voluntarismo do Uruguai não cedeu espaço à qualidade de Suárez e Cavani. Isolados, protagonizaram eles mesmos lances que questionam se eles são isso tudo. Ora, são, mas ontem não foram.
Como a tática do Uruguai é de se jogar por uma bola, perder chances joga por terra o favoritismo celeste. E com o auxílio luxuoso do VAR, que anulou corretamente 2 gols, o zero a zero mantido no placar levaria a disputa para os pênaltis.
O Peru, por outro lado, joga por bola nenhuma. O zero a zero era a meta desde o início. Segurou todo mundo no campo de defesa, abdicou de atacar e contava os segundos até o apito final. A mensagem era clara: nos pênaltis eu me garanto.
Quando o zero a zero encerrou o sofrimento de assistir a mais uma partida tecnicamente sofrível, os pênaltis, por fim, haveriam de prover alguma emoção.
Na primeira cobrança, a que somente se tem uma chance, Suárez bateu para o goleiro peruano defender. Não tinha jeito: era noite de bola nenhuma para o Uruguai.
A confiança do Peru nas cobranças se provou certeira. Mostrando que esse negócio de dizer que pênalti é loteria é balela, foram 5 chutes inapeláveis, extremamente bem-batidos.
Fechada a conta e passada a régua, a faixa vermelha peruana fez a celeste se despedir da Copa América, mesmo com esta última tenha tido ares de favorita.
Esquece-se, então, a goleada contra o Brasil na primeira fase, emenda novos capítulos de um futebol que desde Cubillas não se dizia competitivo e avança a uma semifinal cumprindo a cota de azarão na disputa.
Que venham as semifinais.
Gabriel Galo é escritor.