Curiosos se reúnem no Farol para acompanhar 'Lua de Sangue'

Lua já apareceu eclipsada por volta das 17h50

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  • Nilson Marinho

Publicado em 27 de julho de 2018 às 22:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Lua de Sangue vista de Salvador (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)

Ainda que os olhos estivessem fixados no horizonte à frente do Farol da Barra, na Barra, custou encontrá-la. Vestida de vermelho, apareceu de forma repentina e cheia, assim que o sol se despediu. Às 17h50, sem mais rodeios, a lua surgiu, no início da noite desta sexta-feira (27), já sofrendo os efeitos do eclipse considerado o mais longo do século XXI. 

O Farol estava mais movimentado do que o normal. Teve aqueles que vieram só curtir o pôr-do-sol, sem dar importância para o fenômeno. Outros, no entanto, apareceram apenas para acompanhar a "Lua de Sangue", como o eclipse foi chamado por deixar a lua em tom avermelhado e marrom. 

Em outras partes do país, o eclipse pôde ser visto mais cedo. O atraso da anfitriã em céus baianos fez também com que seus convidados fossem embora antes de começar o espetáculo. A professora Cida Pinto, 48 anos, bem que queria ficar, mas tinha um outro compromisso. Segundo especialistas, o eclipse começaria às 16h30 com previsão de acabar às 18h13. Mas, às 19h, ainda era possível vê-lo.

"Já estou aqui há uns 30 minutos e até agora não consegui ver. Talvez esteja cedo demais, mas infelizmente não posso ficar, tenho de buscar meus sobrinhos no colégio", disse a professora. 

Poucos minutos depois, alguém, em meio à multidão, viu a lua pintar no céu. "Ali, ali, estou vendo", gritou. Não demorou muito para todos correrem para a balaustrada da orla à procura do melhor ponto de visão.

A lua apareceu para todos na sua fase eclipsal principal, já apresentando um tom avermelhado, minutos depois, cumpriria as fases penumbrial e parcial, até voltar a sua cor prateada. Cida só terá a chance de acompanhar um outro eclipse parcial, como foi o desta sexta, no dia 20 de janeiro de 2019.

Energia Os mais esotéricos foram capazes de captar a influência e o magnetismo do satélite sob o planeta. As amigas, em círculo, entraram em sintonia para sentir a presença do etéreo - energia celeste. 

Outros elementos, palpáveis, como cristais, uma concha que representa a grande mãe - figura do movimento Sagrado Feminino-, e o palo santo (um incenso natural) estavam espalhados pelo chão para ajudar, com a presença lunar, na captura do etéreo. "Se a gente tem uma lua de sangue, se temos um eclipse, vamos em busca do etério. O que a gente quer é entrar numa conexão que é necessária para ter acesso a esse portal cósmico que é aberto hoje", explicou a engenheira ambiental Tatiana Pimenta, 41 anos. O cenário também parecia ser perfeito para os apaixonados. Dezenas de casais abraçados acompanharam o fenômeno. A turista de Sergipe, Dislaine Sousa, 25, ao lado do seu namorado, Alex Moura, 28, aproveitaram a energia e simbolismo que o vermelho traz consigo: o amor, para estar ao lado da pessoa amada. "Estou aqui pelo lugar, pelo clima favorável para quem está apaixonado. Tudo isso soma e é bem interessante", disse Dislaine.

* Com supervisão da editora Mariana Rios