Debate sobre candidatos na eleição só ocorrerá no segundo semestre, diz Neto

Presidente nacional do DEM fala sobre unir forças para criar alternativa à polarização Lula-Bolsonaro

  • Foto do(a) author(a) Jairo Costa Jr.
  • Jairo Costa Jr.

Publicado em 9 de abril de 2021 às 12:17

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Em processo de retomada do contato com a imprensa, após quase dois meses de manifestações feitas basicamente pelas redes sociais, o ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, afirmou nesta sexta-feira (9) que as discussões do partido sobre a sucessão presidencial do ano que vem só serão travadas para valer a partir do segundo semestre deste ano. No cardápio, está a possibilidade de lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto ou convergir para um nome que possa representar o campo do centro.

"O sentimento majoritário no partido é construir uma alternativa que rompa com a polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro. O DEM hoje tem um quadro que fez um excelente trabalho como ministro, que levanta uma bandeira importante, a da saúde. O ex-ministro (Luis Henrique) Mandetta é uma possibilidade, mas não é uma realidade ainda. Até mesmo porque as discussões sobre nomes só vão ocorrer no segundo semestre. No momento, o brasileiro que tá passando fome, que perdeu o emprego ou tá com medo de perder, não está nem aí para política", afirmou Neto, em coletiva virtual com jornalistas baianos.

Sobre a disputa pelo governo do estado, o democrata disse que as discussões também só ocorrerão no mesmo período, mas destacou o desejo de concorrer ao cargo. "Na verdade, boa parte da população já me considera um nome", acrescentou Neto, ao garantir que, após definir a pré-candidatura, deve se dedicar às conversas com partidos alinhados à oposição, em um processo previsto para começar no fim deste ano e ser consolidado apenas no ano que vem. "Só depois é que entraremos na fase de discutir as vagas na chapa majoritária, algo não tem data definida", afirmou, ao sinalizar que a escolha do candidato à vice e ao Senado na chapa oposicionista pode só acontecer a pouco meses da corrida eleitoral.

Para Neto, a próxima sucessão estadual não será afetada pela corrida presidencial. "Esse vai ser um processo decidido inteiramente na Bahia", reforçou. Embora considere o ex-presidente Lula um player importante no jogo eleitoral, o democrata demonstrou convicção de que o poder do petista para influenciar as eleições baianas ficou no passado. "Em 2012, eu quebrei essa lógica ao vencer a disputa pela prefeitura de Salvador, enfrentando Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff, e depois fui reeleito. Não existe hoje nenhum nome com força política capaz de definir o resultado aqui", emendou.

Neto voltou a criticar a atuação do governo Jair Bolsonaro na pandemia, considerada falha por ele, e disse que agora só há um caminho para a crise sanitária: apostar na vacina e acelerar o andamento da imunização em massa. Ao mesmo tempo, odemocrata elogiou atuação coordenada entre o prefeito Bruno Reis (DEM) e o governador Rui Costa (PT). "Esse trabalho conjunto, que começou ano padsado, anda em minha gestão, foi fundamental para que Salvador escapasse do colapso no sistema de saúde durante o pior momento (da batalha contra a covid-19. A capital é atualmente uma das três menos apertadas na ocupação de UTIs", ressaltou.

Sobre a decisão do ministro do Supremo Luis Roberto Barroso, que determinou na quinta-feira (7) a instalação da CPI da Covid-19 pelo Senado, ex-prefeito disse que ordem judicial é para ser cumprida, mas espera que a comissão tenha efetividade em apontar soluções contra a crise. "Desejo que a CPI apure e investigue as coisas que precisam ser respondidas. É importante que ela contribua para ampliar a rede de assistência às pessoas que mais necessitam e ajude o país a se preparar melhor para crises como a que estamos vivendo. Será muito ruim para o Brasil se essa CPI se transformar em um circo, em um debate antecipado sobre 2022. É isso que não pode acontecer", avaliou.