Debate virtual abordará a ocupação do Centro Histórico de Salvador

Encontro virtual acontece nessa quinta-feira (8), no YouTube do Instituto ACM

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  • Luana Lisboa

Publicado em 7 de julho de 2021 às 05:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr/Arquivo CORREIO

Quais são os desafios da ocupação urbana no Centro Histórico de Salvador? Essa não é uma pergunta que cabe somente aos gestores públicos. Na verdade, qualquer um pode participar do debate, na 4ª edição do projeto “Centro Histórico em Ação - Diálogos”. O encontro virtual acontece amanhã, a partir das 16h, no canal do YouTube do Instituto ACM, e trará diversas personalidades para a discussão.

Como contribuição, no “Diálogos” serão apresentados casos de sucesso de outras cidades que tornaram seus Centros mais atrativos com as ocupações, sejam elas de moradia, de comércio ou de cultura. Um deles é o do Centro Histórico de São Luiz, capital do Maranhão.

O urbanista e arquiteto maranhense, José Antônio Viana Lopes, irá apresentar o Programa Nosso Centro, criado pelo governo do estado em 2019. O Programa vem realizando intervenções nas áreas de tombamento estadual, federal e na zona central da cidade, com obras do Governo do Maranhão e ações em parcerias com a Prefeitura, IPHAN, a iniciativa privada e a sociedade como um todo.

"Não adianta só trazer comércio ou instituições para o Centro Histórico, é preciso trazer moradia. Todo esse projeto passa por uma questão plural da cidade, temos que cuidar de outras transformações na cidade e todas elas passam por questões econômicas, de infraestrutura, acessibilidade e moradia, que impactam na ocupação desse território. Por isso, traremos pessoas que possam responder por isso", afirma Cláudia Vaz, diretora do do Instituto ACM.

Além de José Antônio, participam do debate o diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), João Carlos de Oliveira, arquiteto e especialista em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos e o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN/Ba, Bruno Tavares, apresentando o trabalho de elaboração de normas para o Centro Histórico de Salvador.

"Essa é uma discussão sobre as possibilidades de revitalização além das que já tem sido feitas para valorizar a habitação e moradia dentro do Centro. Como o Iphan detém o tombamento sobre toda essa área, Patrimônio Cultural Nacional, nós vamos trazer contribuições para o planejamento da ocupação e da revitalização do local", explicou Bruno.

Na ocasião, Jealva Fonseca, gerente de projetos e licenciamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo de Salvador – Sedur, também vai apresentar o Programa de Incentivo à Restauração e Recuperação de Imóveis do Centro Antigo de Salvador (Revitalizar), que tem como objetivo estimular a requalificação dos imóveis ali localizados, trazendo de volta a vida, o movimento e a circulação de pessoas.

Realizado pelo Instituto Antonio Carlos Magalhães e pela Associação dos Empreendedores do Centro Histórico – ACHE, o debate tem a mediação da arquiteta e urbanista Angela Gordilho Souza, mestre e doutora em planejamento urbano e regional, líder do grupo de pesquisa LabHabitar - Habitação e Cidade, foi secretária de habitação da Prefeitura Municipal de Salvador (2005-2008).

De acordo com Angela, o processo de desvalorização do Centro Histórico nas últimas décadas foi comum às maiores cidades do país. "Com a expansão urbana das metrópoles brasileiras nas últimas décadas as áreas centrais vêm perdendo população e atividade de serviço e comércio, com grande número de imóveis vazios, processo que também afeta a conservação do ambiente construído, ocupações indevidas e um ambiente de insegurança, desestimulando a atração de novos usos", explica.

Nos centros históricos como Salvador, essa realidade também afeta a preservação do seu patrimônio físico, com graves repercussões culturais e impactos negativos para a atração turística e economia da cidade. "Políticas de incentivos à moradia, com propostas voltadas para os vários segmentos de renda, têm sido os caminhos mais promissores de dinamização dos centros esvaziados. A natureza multiplicadora de moradias como atração de outros usos complementares, de comércio e serviço, tem essa capacidade revitalizadora, além das vantagens econômicas de transformar áreas ociosas, para novas funções", esclarece a mediadora.

A  ACHE, Associação do Centro Histórico Empreendedor foi criada em 2020 para unir empreendedores do Centro Histórico de Salvador no desenvolvimento e fortalecimento do turismo, do comércio, da cultura e dos aspectos sociais.

Braço social da Rede Bahia, o Instituto Antonio Carlos Magalhães de Ação Cidadania e Memória (IACM) é uma organização privada sem fins lucrativos que tem como direcionamento estratégico atuar na promoção da cultura contemporânea, do patrimônio e da educação.

"Tivemos outras três edições quando trabalhamos trabalho informal, fizemos uma pesquisa para entender porque o soteropolitano não frequenta o Centro Histórico e uma sobre segurança, e agora vamos falar sobre ocupação urbana e moradia porque entendemos que esse pont pode tornar o Centro Histórico mais vivo", afirma Cláudia Vaz, do Instituto ACM.

O “Patrimônio Bahia” é programa de ações desenvolvido pelo Instituto ACM, com foco na valorização do patrimônio material e imaterial da Bahia. Sua proposta é debater e discutir temas que possam sugerir melhorias para o Centro Histórico, além de apresentar o acervo cultural, religioso e gastronômico existente.

Serviço:

O quê: Debate virtual

Tema: Os desafios da ocupação urbana e de moradia no Centro Histórico de Salvador.

Quando: 08 de julho, às 16h

Onde: Canal do YouTube do Instituto ACM - acminstituto.