Delação de Antonio Palocci contra Lula e BTG não tem provas, diz PF

Delegado afirmou que acusações parecem ter sido encontradas na internet, segundo o jornal Folha de S. Paulo

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  • Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2020 às 13:56

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/TV Brasil

Não há provas das acusações que o ex-ministro Antonio Palocci fez contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relativas a um suposto caixa milionário de propinas ao petista, administrado pelo banqueiro André Esteves, do BTG. Essa foi a conclusão da Polícia Federal (PF), revelada neste domingo (16) pela colunista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo.

Segundo o jornal, as acusações de Palocci foram desmentidas pela própria investigação, com base inclusive em depoimentos de testemunhas e de delatores que incriminaram o PT em outros processos. O inquérito foi encerrado na semana passada pelo delegado Marcelo Daher, sem indiciamento dos acusados.

Daher encaminhou a conclusão ao Ministério Público Federal (MPF) e afirmou que as informações ditas por Palocci “parecem todas terem sido encontradas em pesquisas de internet”, sem “acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais”.

O delegado declarou ainda, conforme informa Folha de S. Paulo, que as notícias jornalísticas eram suficientes para iniciar o inquérito policial, mas “parece que não foram corroboradas pelas provas produzidas, no sentido de dar continuidade à persecução penal”.

Palocci havia dito que Esteves depositou 10 milhões de reais a Lula, num primeiro momento, para garantir influência no governo federal. Em compensação, receberia informações privilegiadas de decisões do Banco Central sobre taxas de juros, e repartiria lucros com Lula, depositando dinheiro em contas de terceiros.

O ex-ministro tinha afirmado também que o esquema foi premeditado em 2009, com Lula, o então ministro da Fazenda Guido Mantega e o pecuarista José Carlos Bumlai. O plano teria entrado em ação em 2011.

Nas redes sociais, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, disse que “sempre estivemos na direção certa” e acrescentou que “a delação de Palocci era um instrumento da Lava Jato para a prática de lawfare contra Lula, assim como as delações em geral, que sempre foram direcionadas a alvos pré-definidos”.