Delícias de Belém do Pará: um roteiro de lamber os beiços

Cheio de maravilhas típicas, destino é perfeito para turismo gastronômico

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  • Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 05:05

- Atualizado há um ano

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Açaí e cupuaçu são, de longe, as comidas paraenses mais famosas por aqui. Mas, acredite: elas são só a ponta do iceberg de delícias que Belém tem a serem descobertas.

Filhote, bacuri, tacacá, tucupi, pirarucu e uxí são apenas alguns dos nomes que um passeio gastronômico por lá podem fazer descobrir. E valem cada aventura. Depois de uma semana de imersão, deixo aqui as minhas melhores saudades – quer dizer: dicas!

De antemão, se ligue: lá faz muito calor, nem perca espaço da mala levando calça ou casaco. Não há voo direto de Salvador. Mas tem com opções com uma conexão em: Fortaleza (4h25 pela Gol), Belo Horizonte (4h25 pela TAM), Recife (6h15 pela Azul) ou Brasília (5h20 pela TAM). Os voos de ida e volta costumam começar em R$ 600.

Por fim, o toque mais importante: tenha coragem. É mais seguro ficar só em nossos velhos conhecidos vatapá e maniçoba. Mas a ousadia de experimentar frutas e peixes de nomes estranhos valerá cada centavo. Juro! Peixe frito com açaí é clássico do Ver o Peso (Foto: Victor Villarpando) Ver o peso Ponto turístico mais tradicional da capital paraense, lembra a Feira de São Joaquim. Pra comer por lá, os peixes empanados com açaí são a grande pedida. Mas não vá esperando aquele creme semicongelado que a gente toma por aqui. O açaí é tipo um suco em temperatura ambiente e sem açúcar. Com R$ 10 já dá para beliscar no melhor esquema pé-sujo. Os locais curtem muito açaí com peixe e não tem idade pra começar (Foto: Victor Villarpando) Para trazer na mala, destaque para as farinhas de mandioca que têm granulações e nomes diferentes, como Grossa, Média, Suruí, D´Água e Biscoito Bragança (essa última maravilhosa, a mais crocante). O quilo varia entre R$ 5 e R$ 8. As farinhas: tipos e granulações diferentes das encontradas em Salvador (Foto: Victor Villarpando) O quilo do peixe Pirarucu salgado, conhecido como ‘o bacalhau da Amazônia’, fica por cerca de R$ 30. A maniva, folha triturada para fazer maniçoba, forma montes e pode ser comprada crua ou pré-cozida. Pirarucu seco salgado é um dos hits do Ver o Peso (Foto: Victor Villarpando) Se ainda sobrar espaço na mala, passe na seção das benzedeiras e compre alguns vidrinhos coloridos cheios de poções com títulos bem humorados, como Dinheiro em Penca, Mil Homens e Faz Querer Quem Não me Quer. Dona Coló (box 33), sempre muito simpática, pode lhe ajudar. A maniva, folha triturada para fazer maniçoba (Foto: Victor Villarpando) Portinha Esfirra de pato, jambu e tucupi; pastel de forno de bacon, jambu e queijo cuia; embrulhadinho de tomate seco, mussarela de búfala, castanha-do-pará e jambu; esfirra de camarão com jambu. Essas são apenas algumas delícias da Portinha - sim, o nome é esse mesmo e resume perfeitamente o lugar, que só tem uma mesa pequenina e um balcão. Embrulhadinho de tomate seco, mussarela de búfala, castanha-do-pará e jambu (Foto: Victor Villarpando) Vendidos por R$ 7, os salgados não são grandes, mas têm bastante recheio. Para acompanhar, um copo de suco de sapotilha (parece sapoti), custa R$ 4. O Portinha: nome não é exagero (Foto: Victor Villarpando) Lá servem também comidas típicas como maniçoba, arroz com jambu, tacacá e fatias de bolo com chocolate e frutas regionais. Só abre de quinta-feira a domingo, de 17h às 22h. Fica na Rua Doutor Malcher, 434, na Cidade Velha.

Chocolat Amazônia Oportunidade de, anualmente, encontrar delícias do estado reunidas num centro de convenções: chocolates, cacau, farofas, bebidas, queijos e, de quebra, plantas, cosméticos, perfumes e extratos vegetais únicos. As farofas da Sekiama são inacreditavelmente gostosas (Foto: Reprodução/Instagram) No stand da Meu Garoto, conheci as maravilhosas cachaças de jambu com castanha-do-pará, açaí, bacuri e cupuaçu: elas deixam a boca dormente igual à original, apenas de jambu, mas são muito mais gostosas e suaves. O kit com quatro garrafas de 275ml sai a R$ 140. No stand da Meu Garoto tinha cachaças de jambu com castanha-do-pará, açaí, bacuri e cupuaçu (Foto: Victor Villarpando) As farofas da Sekiama são inacreditavelmente gostosas e vendidas em pacotes plásticos fechados a vácuo. Tapioca, camarão e jambu formavam o sabor da edição especial do Círio de Nazaré deste ano (R$ 20, 300 g). A farofa doce de castanha-do-pará (R$ 18, 300g) tem crocância incrível e gosto de doce de leite. Os chocolates com lavanda de Andrei Martinez (Foto: Victor Villarpando) Por fim, o chocolate com lavanda de Andrei Martinez tinha uma delicadeza no sabor que era indescritível (a barra de 20g foi R$ 4 e acabou no primeiro dia do evento). Costuma acontecer em setembro ou outubro, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (Av. Dr. Freitas s/n, Marco), com entrada gratuita.

Terra do meio Restaurante rural que fica no município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém. A chegada já é impactante: depois de caminhar um pouco pelo sítio, você vai dar de cara com um igarapé, pequeno riacho de águas claras onde dá para tomar banho, navegar numa canoa e se divertir um bocado. É coisa para chegar de manhã e só sair no fim da tarde. Bolinho de pirarucu custa R$ 30 no restaurante Terra do meio: sequinhos e com casca crocante (Foto: Victor Villarpando) Quando o impacto passar e a fome bater, dá para pedir uma porção com 10 unidades de bolinho de pirarucu (R$ 30) ou de Piracuí (R$ 24) é a pedida perfeita para acompanhar uma long neck (Tijuca - R$ 7,50) ou uma caipiroska (R$ 12). Filhote frito embrulhado em folha de Guarumã: delícia do Terra do Meio (Foto: Victor Villarpando) Para almoçar, uma ótima pedida é o (peixe) Filhote frito, embrulhado em folha de Guarumã. Serve superbem duas pessoas e vem acompanhado com baião de dois, farofa e vinagrete por R$ 88. Fica na R. da Uriboca Velha, 3000, na  zona rural. Olha o igarapé do restaurante Terra do Meio (Foto: Victor Villarpando) *O jornalista viajou a convite do Chocolat Amazônia – Festival Internacional do Chocolate e Cacau