DEM decide ficar isento na disputa da presidência da Câmara

Para ser eleito presidente em primeiro turno, o candidato precisa de 257 votos.

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  • Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 06:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na véspera da eleição para a presidência da Câmara, o DEM -  partido do atual presidente, Rodrigo Maia (RJ) -  decidiu ficar isento na disputa. O partido  tomou a decisão de neutralidade por unanimidade após reunião realizada na noite de ontem, na sede da legenda, em Brasília. A proposta de ficar isento na disputa partiu do presidente do partido, ACM Neto, e teve a anuência de nomes importantes na legenda, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o ex-governador da Pernambuco  Mendonça Filho e o senador José Agripino. 

Em discurso, ACM Neto defendeu a decisão, afirmando que o partido está dividido e que é melhor manter a unidade do que ter um cargo na mesa diretora. Maia não participou da reunião. 

"A Executiva Nacional optou por não aderir nem a um bloco nem a outro, a escolha foi pela neutralidade", disse Mendonça Filho. Um dos aliados do deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão e candidato do presidente Jair Bolsonaro na disputa, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) confirmou que o partido não faz mais parte da base de apoio de Baleia Rossi. 

O DEM não havia formalizado a adesão a nenhum dos blocos, mas era contabilizado por Baleia Rossi e por Maia como parte da base do presidente do MDB. Com o DEM, o bloco de Baleia tinha 238 parlamentares, enquanto o de Lira tinha 272. Sem o partido, o número de parlamentares no lado do aliado de Maia cai para 207. 

O tamanho do bloco partidário é relevante porque define a ordem de prioridade de cada partido na escolha de cargos na Mesa Diretora e nas comissões. 

O PSDB, ao saber da decisão do DEM, também optou por não participar do grupo pró-Baleia. A decisão  dos dois partidos  representa uma possível derrota para o candidato do MDB, Baleia Rossi, e uma possivel  vitória para seu principal adversário, Arthur Lira (PP-AL), que ficou ainda mais favorito para comandar a Câmara.

Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, ameaçou correligionários de como último ato no cargo (seu mandato termina  hoje) assinar algum pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro. A Constituição dá a Maia o poder de decidir. Uma vez assinado o pedido é necessário constituir a comissão especial que analisará o processo, que fica irreversível. O  pedido de impeachment, porém,  pode ser rejeitado pelo plenário da Câmara, mas o processo é custoso e demorado. 

Deputados e senadores decidem  hoje  quem serão os futuros presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal pelos próximos dois  anos. Cada casa realiza sua eleição em horários diferentes. O Senado deve iniciar o pleito às 14 horas. A eleição será presencial, secreta e feita por cédula de papel.

Na Câmara, está marcado o início da sessão para às 19 horas. A eleição será presencial, secreta e feita em urna eletrônica. Ao todo há oito candidatos na disputa. Arthur Lira é apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos partidos do Centrão; já Baleia Rossi conta com o apoio de Maia e dos partidos de oposição. Para ser eleito presidente em primeiro turno, o candidato precisa de 257 votos.