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Wendel de Novais
Publicado em 6 de fevereiro de 2021 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Depois de uma semana de tempo nublado e com muita chuva em Salvador, os soteropolitanos aproveitaram a tarde de sol e os 30°C dessa sexta-feira (5) para tomar um banho de mar e aliviar o calor na praia do Porto da Barra. A faixa de areia, que teve movimento tímido nos últimos dias por conta do tempo instável, voltou a receber muitos banhistas, que se espalharam pelo local. Apesar do grande número de pessoas, no início da tarde não se viu pontos de aglomeração.>
Segundo os comerciantes, janeiro tem sido diferente de outros anos e o volume de pessoas concentradas na praia nesta sexta raramente tem se repetido, o que faz o lucro de quem vive da venda no local cair consideravelmente. Por conta da redução de pessoas no Porto, alguns dos trabalhadores passaram a aparecer somente pela tarde, quando o movimento flui um pouco melhor. Banhistas aproveitaram praia do Porto da Barra (Foto: Wendel de Novais/CORREIO) Se deu sol, é mar E a aparição do sol parece mesmo ser decisiva para que os banhistas e até quem não sai de casa exclusivamente para um banho de mar apareça por ali. Esse é o caso de Izabela Santana, 29 anos, fisioterapeuta que ama pedalar e ir à praia e vê o clima ensolarado como fundamental para querer sair de casa."Pra lazer, o sol é muito importante. Eu ando muito de bicicleta e, quando tá chovendo, fica complicado porque eu dou uma volta de bike e vou na praia. Se tiver chovendo, eu não faço isso. O sol estimula as pessoas a saírem", conta.Quem acompanha a opinião de Izabela é o universitário Lucas Marques, 18, que foi encontrar amigos no Porto para passar a tarde. Para ele, sem sol, nada de rolê. "Com certeza, quando tem sol, aproveito para curtir a praia um pouco. Quando tá chovendo é ficar em casa ou ficar em casa, não tem jeito", diz.>
Perguntados sobre o volume de pessoas na praia e os riscos de contaminação pelo coronavírus, os banhistas afirmaram que não viram a praia com pessoas o suficientemente para estarem em uma situação perigosa. "É um lugar aberto, com muita ventilação, ao ar livre, que você fica sempre com quem veio, sem se misturar. Acho também que a quantidade de pessoas está ok para ser seguro", afirma Izabela.>
Outro banhista que não quis se identificar declarou que chega e não fica perto de ninguém que já não esteja com ele, minimizando os riscos. "Eu chego, escolho um lugar para ficar e só fico próximo de quem já vive comigo. Não aglomero e nem desrespeito o distanciamento social, vou curtindo com cuidado", argumenta. >
Fôlego para comerciantes Outros que dependem do sol são as pessoas que tiram o sustento das vendas feitas nas praias. Para estes, todo dia de sol é motivo de alegria. Luis Alberto, 26, vendedor de picolé, contou que a diferença de lucro em dias de sol e em dias nublados é grande. "Quanto tá sol assim, tiro R$ 70 por dia, o que é um bom valor. Mas quando fica nublado, como estava, o povo mal vem e só consigo tirar R$ 40. Então, eu fico animado quando o dia é bom assim", relata. Faturamento de Luis sobre em dias de sol (Foto: Wendel de Novais/CORREIO) Elis Galega, 45, que tem uma barraca para venda de coco no Porto, diz a mesma coisa. Se o sol não aparece, o povo some e a arrecadação despenca. "Nesses últimos dias, a coisa tem sido muito fraca, pouca gente aqui e menos venda ainda. Hoje, eu vim só pela tarde porque de manhã não tá compensando", explica.>
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro e a subeditora Fernanda Varela.>