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Desigualdade entre os alunos no Brasil é das 5 maiores do mundo

Levantamento mostra que Brasil tem a quinta maior desigualdade em matemática e a terceira maior em leitura e em ciências

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  • Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 10:04

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Sumaia Vilela / Agência Brasil

O Brasil é um dos países com maior desigualdade de aprendizagem entre os estudantes considerados ricos e pobres. Essa é uma das constatações da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, em inglês) mostram que, em todas as provas, o grupo de brasileiros entre os 33% dos alunos de todo o mundo com nível socieconômico (NSE) mais alto teve nota média mais de 100 pontos acima dos 33% de alunos com nível socioeconômico mais baixo.

Considerando todos os 80 países participantes do Pisa 2018, a desigualdade brasileira é a quinta maior em matemática, e a terceira maior em leitura e em ciências. A análise dos dados foi feita pelo Mapa da Aprendizagem, mantido pelo Instituto Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Portal Iede), pela Fundação Lemann e pelo Itaú BBA, e divulgado pelo G1.

O Pisa é realizado a cada três anos. Os resultados da edição mais recente, que teve a participação de 80 países, foram divulgados em 3 de dezembro. Entre 2015 e 2018, o Brasil caiu no ranking mundial de educação.

O nível socioeconômico (NSE) é determinado segundo diversos critérios de renda e escolaridade da família dos estudantes. Em todos elas, os estudantes da elite brasileira tiveram média de mais de 100 pontos acima dos brasileiros classificados como o terço mais pobre entre os participantes do Pisa. Esse resultado colocou o Brasil no "top 5" da desigualdade mundial nas três disciplinas.

Matemática

Em matemática, os estudantes com nível socioeconômico baixo apresentaram média de 360,8 pontos, enquanto os de alta renda tiveram média de 461,8. A diferença foi de 101 pontos entre elas.

O Brasil é o quinto pais do ranking com maior diferença entre alunos dos extremos dos níveis sociais. Neste quesito, o país com mais desigualdade é Israel, com 112 pontos de diferença, seguido por Bélgica (104 pontos), Hungria (102) e Eslováquia (102).

Quando avaliadas as regiões do Brasil, o Nordeste é a que apresenta a maior desigualdade, com 107 pontos de diferença, seguida pela região Centro-Oeste (104); Sul (103,9); Sudeste (91,6) e Norte (81,7).

Do outro lado da lista, os países ou regiões com menor desigualdade foram Macau (China), Cazaquistão, Kosovo, Albânia e Hong Kong (China).

Leitura

Em leitura, o Brasil ficou em terceiro lugar na lista de países mais desiguais entre alunos de família de alta e baixa renda. A diferença foi de 102,6 pontos, abaixo apenas de Israel (121) e Filipinas (107). Os alunos brasileiros de alta renda, tiveram média de 492,2 pontos, enquanto os de baixa tiveram 389,6 pontos em média.

Nas regiões brasileiras, o Nordeste apresentou a maior desigualdade, com 112,2 pontos de diferença, seguido pelo Sul, com 107,5; Centro-Oeste, com 101,2; Sudeste, com 89,9 e Norte, com 83,9 pontos de diferença entre as médias.

Ciências

Na disciplina de ciências, o Brasil é novamente o terceiro país mais desigual, ficando atrás apenas de Israel e Bélgica. Assim como em leitura, os alunos com altos índices socioeconômicos também tiveram em média 102,6 pontos a mais que os com NSE baixo. Em Israel, essa diferença foi de 107,6 pontos e na Bélgica, de 105,6.

Nas regiões brasileiras, o Centro-Oeste foi o mais desigual, com 110,5 pontos de diferença, seguido por Nordeste (108), Sul (107,5), Sudeste (92,3) e Norte (78,2).

Por outro lado, os países ou regiões com menor diferença entre as notas médias foram Macau (China), Cazaquistão, Kosovo, Montenegro e Hong Kong (China).

Os ricos e pobres no Brasil

O estudo constatou que, no Brasil, há uma elite muito pequena em relação à quantidade de pessoas pobres, e que isso reflete a desigualdade do país na comparação internacional."É importante dizer que o Brasil tem conhecimentos e que temos boas escolas. Mas muito do nosso conhecimento está destinado a uma pequena elite", disse, ao G1, Ernesto Martins Faria, do Portal Iede.Faria defende que o país foque as políticas públicas de educação na redução dessa desigualdade. "A condição social é muito determinante na formação do aluno. Poderíamos pensar como outros países, que oferecem melhores escolas para alunos de baixa renda, e oferecem melhores salários para que professores lecionem em escolas de baixa renda", ressaltou ele.+