Deslizamentos de terra em Itabuna deixa rastro de destruição em casas

Não houve registro de feridos

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  • Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 18:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Pedro Augusto
. por Pedro Augusto

As fortes chuvas da noite de terça-feira (12) alagaram ruas e imóveis, deixando um rastro de destruição em várias casas dos bairros Mangabinha e Novo Mangabinha, no município de Itabuna, sul da Bahia. A situação mais crítica foi em uma localidade popularmente conhecida como Casinhas da Bananeira.  

Lá, uma enxurrada de lama e água desceu de uma obra de construção de um condomínio atingindo várias residências. Não houve registro de feridos, apesar dos graves danos materiais aos móveis e utensílios domésticos atingidos e que ficaram até 40 centímetros submersos.

De acordo com a Diretoria da Defesa Civil de Itabuna, vinculada à Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública (Sesop), nove casas da Quadra M foram as mais atingidas pela lama e as águas das enxurradas, além de uma avenida com oito quitinetes na Rua Ubaldino Brandão, no Mangabinha. Também teve outro imóvel na Rua São José, que teve sua garagem invadida pela lama, danificando carros e motos.

Era por volta das 20h quando a vendedora Roseneide Figueiredo, moradora da Quadra M, viu a casa ser totalmente invadida pela lama em cerca de 10 minutos. Ela perdeu quase todos os móveis. “Foi tudo muito rápido. A enxurrada quase levou minha geladeira e ainda derrubou o muro do meu quintal”, lembrou.

Simone Santos, que também é moradora da mesma Quadra, disse que viveu momentos de desespero. “Cerca de 30 crianças estavam na minha casa, por conta do aniversário de minha filha de 4 anos. Foi um desespero total quando a enxurrada começou a invadir. Para piorar, meu marido fraturou a clavícula na tentativa de abrir um bueiro, quando se acidentou”, contou.

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O casal Sirleide Santana e Dorgival Santos levou um susto não só por conta da enxurrada. “O barulho do muro da vizinha caindo no meu quintal, a lama entrando na minha casa e eu sem conseguir abrir a porta de casa para a lama sair me deixou desesperada. Só Deus sabe o que passei”, disse Dorgival Santos.

A situação não foi diferente na Rua Ubaldino Brandão, nº 308. A artesã Adriana Silva Oliveira, mãe de uma criança de 10 anos, perdeu todo o material de trabalho que guardava em casa. “Deixei de pagar o aluguel para comprar o material, mas agora perdi tudo. Quando eu estava me reerguendo acontece isso. Além disso, foi muito desesperador ver meu filho chorando e ao mesmo tempo orando com medo de morrer”, relatou, Adriana clamando por ajuda.

Prevenção

A Diretoria da Defesa Civil da Sesop e os Bombeiros Militares (4º GBM) estiveram no local atendendo ao chamado dos moradores das áreas atingidas. O engenheiro Yuri Bandeira informou que o incidente ocorreu por conta da falta de um sistema de drenagem e muro de contenção da obra de construção do condomínio.

“Mas a empresa responsável está dando a assistência necessária às famílias prejudicadas e se comprometeu em agilizar a construção do sistema de canalização da água e do muro de contenção para que novos alagamentos e deslizamentos sejam evitados. Continuaremos acompanhando”, declarou.

A diretora da Defesa Civil, Elciane Reis, informou que nas últimas 24 horas três chamados foram atendidos pela unidade da Sesop. Sendo o de maior gravidade o das Casinhas da Bananeira. Segundo ela, a previsão é de mais chuva para os próximos dias em toda região Sul do Estado.

Para apoio às famílias afetadas, a Prefeitura formou um Comitê de Crise durante reunião no Gabinete do Prefeito. “Formamos hoje um Comitê de Crise, onde cada secretaria municipal vai saber o que será feito em situação de alerta” afirmou Eliciane Rodrigues Reis, diretora da Defesa Civil da Prefeitura Itabuna. Caso ocorram desmoronamentos ou alagamentos de áreas de baixada, já existem pontos de apoio às famílias desalojadas em escolas municipais e a  Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza também vai disponibilizar colchões se necessário.

Atualmente, a cidade de Itabuna tem 47 áreas de risco e 12 de alto risco. “Ontem ocorreram deslizamentos, mas não há famílias desalojadas”, destacou Elciane Reis, durante o encontro que contou com a participação dos secretários de Infraestrutura e Urbanismo, Almir Melo Jr, de Educação, Janaína Araújo, de Gestão e Inovação, José Alberto Lima Filho, de Planejamento, Sônia Fontes, e de Governo, Josué Brandão Júnior, além de representantes da Secretaria de Segurança e Ordem Pública, Promoção Social, Emasa, além do coordenador de Comunicação Afonso Dantas.

O secretário de Governo Josué Brandão Júnior disse que os objetivos do Grupo de Trabalho são permanentes para atender as demandas da população em situação de emergência. “É uma ação para trabalhos também a curto, médio e longo prazos. Entre as ações a proteção de encostas que ameacem as famílias, que precisam deixar os imóveis para que sejam reformados”, explicou.

Entre os pontos de risco, está o Bairro da Califórnia. Na Rua Brasília, por exemplo, existem três casas em situação vulnerável por causa das chuvas. “Nesse caso, o Grupo de Trabalho  vai fazer o diagnóstico da situação e solicitar ações que atendam às demandas por colchões e alimentos para as famílias”, disse Júnior Brandão.