Dia da Santa Dulce dos Pobres é celebrado com missa em Salvador

Cerca de 100 pessoas estavam presentes; do lado de fora, mais fiéis

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  • Daniel Aloísio

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 11:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Foi com muita fé e distanciamento social que Salvador viveu a principal missa do dia de Santa Dulce dos Pobres, a primeira e, até então, única santa católica nascida no Brasil. Dentro do Santuário Santa Dulce dos Pobres, no bairro de Roma, cerca de 100 pessoas estavam presentes na celebração, que se iniciou às 9h.  

Todos os presentes usavam máscaras. Puderam participar religiosos, funcionários das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), voluntários e devotos. A celebração foi conduzida pelo novo arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, o cardeal Dom Sérgio da Rocha. Veja fotos da missa (Arisson Mairnho/CORREIO: 

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Do lado de fora, dezenas de fiéis passaram pelo local ou até permaneceram nas duas portas de entrada da igreja. No momento da comunhão, o Frei Giovanni Messias, reitor do santuário, levou a Eucaristia para as pessoas que não conseguiram entrar na igreja.  

Para quem a recebeu, foi um momento de muita alegria: "Eu estendi a mão na esperança de que ele viesse e ele veio. Eu estou muito feliz. Queria participar da missa aqui dentro, mas não pude por causa da capacidade", disse a devota Sueli Carvalho, 64 anos. Confira o momento: 

No altar do santuário, seis padres acompanhavam o arcebispo, ambos devidamente distanciados. Em sua homilia, dom Sérgio agradeceu a Deus pela vida de Santa Dulce e seu exemplo para a humanidade. ”Nós aprendemos com ela qual é o caminho da santidade, por ela ser do nosso tempo, tendo vivido aqui entre nós. Ela é sinal de que a santidade não é coisa do passado, mas pode ser vivida no dia de hoje”, afirmou.  

Após a Missa, o cardeal descreveu a experiência em celebrar Santa Dulce de uma maneira diferente do que seria caso não houvesse pandemia: “Foi uma grande alegria. Essa festa não é mais só nossa e sim da igreja do mundo inteiro. Eu me uno a todos os devotos que estão vivendo esse período de pandemia. Mais do que nunca, precisamos de gente que tenha o coração que Santa Dulce teve: cheio de amor, sobretudo para quem sofre”, disse.  

Autoridades:   Representando o governo do Estado, o secretário de Turismo Fausto Franco estava presente. Já a prefeitura de Salvador enviou o próprio prefeito ACM Neto e seu vice, Bruno Reis. Católico e devoto de Santa Dulce, Neto se emocionou antes e depois da celebração. Em coletiva de imprensa, descreveu emocionado o que seria essa festa se não fosse a pandemia:  “Se não fosse esse período, estaríamos com o santuário tomado por centenas de pessoas, celebrando o primeiro dia de Santa Dulce. Depois, todos sairíamos em caminhada até a Colina Sagrada. Estaríamos da forma tradicional que o baiano sabe estar, como fé e alegria. Na época que ela foi beatificada, eu estava no parque de exposições, ainda como deputado federal. Foi algo muito emocionalmente", afirmou o prefeito.  Para o Frei Giovanni, no próximo ano, a quantidade de pessoas que vão celebrar Santa Dulce será tão grande que o povo não caberá no santuário. “Teremos que fazer uma missa campal, com certeza. Vamos fazer uma festa dupla para acolher esse povo bonito e devoto. Convido e convoco todos os peregrinos a estarem aqui numa grande prece”, disse.     

Segundo a assessoria das Osid, o Santuário Santa Dulce dos Pobres tem a capacidade de receber cerca de 1,5 mil pessoas. Outra pessoa que sentiu a falta do povo foi a sobrinha de Santa Dulce, Maria Rita Lopes Pontes, atual superintendente da instituição. “Tenho que agradecer a muita gente, pois vieram as dificuldades. Mesmo assim, vencemos, fizemos essa linda festa. Passando a pandemia, espero estarmos todos unidos em oração e agradecimento a Santa Dulce”, afirmou.   

Às 15h, uma outra missa foi realizada no santuário, que ficou aberto à visitação até as 17h. Durante todo o dia, devotos foram até o espaço para fazer sua oração a santa. Desde 1º de agosto toda a igreja está aberta para visitação, incluindo a capela das relíquias, local onde fica o túmulo de Irmã Dulce. No entanto, as missas ainda não eram abertas ao público, o que pode mudar nos próximos dias.  “Já na próxima semana, devemos voltar com as celebrações. Ainda não definimos os horários, mas vamos fazer uma reunião para avaliar como foi a festa e estabelecermos tudo. A gente preferiu retomar as missas abertas após o dia de Santa Dulce justamente para evitar aglomerações”, disse o frei Giovanni. * Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro