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Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2020 às 17:21
- Atualizado há 2 anos
A rainha Elizabeth II, 93 anos, fez um pronunciamento raro neste domingo (5), no qual elogiou o espírito nacional dos britânicos e pediu que a população supere o tempo de 'dor' e de 'enormes mudanças' que a pandemia do coronavírus trouxe. Em 68 anos de reinado, esta é a quinta vez que a monarca fala publicamente, com exceção das tradicionais mensagens de Natal.>
Na conta oficial do Instagram da família real, a rainha comentou sobre a importância de todos se manterem dentro de suas casas, já que o Reino Unido é um dos lugares com mais casos de coronavírus da Europa. Foram registradas, nas últimas 24 horas, mais de 621 mortos, somando quase 5 mil mortos em todo o país que tem uma população majoritariamente idosa.>
"Quero agradecer a todos na linha de frente do NHS, bem como aos profissionais de saúde e àqueles que desempenham papéis essenciais, que continuam seus deveres diários fora de casa, em apoio a todos nós", disse, em um trecho do pronunciamento.>
"Tenho certeza de que o país se juntará a mim para garantir que o que você faz seja apreciado e a cada hora de seu trabalho duro nos aproxime de um retorno a tempos mais normais", completou a rainha Elizabeth. No final de sua fala, ela fez um discurso de esperança de que dias melhores virão após a pandemia. "Devemos ter consolo de que, embora tenhamos mais ainda para suportar, dias melhores virão: estaremos com nossos amigos novamente; estaremos com nossas famílias novamente; nós nos encontraremos novamente", falou.>
A aparição da monarca é simbólica, em meio à crise mundial e aos riscos causados pela pandemia. A monarca somente se manisfetou na Guerra do Golfo (1991), após a morte Diana, ex-mulher do príncipe Charles (1997), na morte da rainha mãe (2002) e durante a celebração dos 60 anos do reinado dela (2012).>
Veja o pronunciamento completo da Rainha Elizabeth II:>
"Estou falando com você no que sei que é um momento cada vez mais desafiador. Um momento de perturbação na vida de nosso país: uma perturbação que trouxe pesar a alguns, dificuldades financeiras para muitos e enormes mudanças no cotidiano de todos nós.>
Quero agradecer a todos na linha de frente do NHS, bem como aos profissionais de saúde e àqueles que desempenham papéis essenciais, que desinteressadamente continuam suas tarefas diárias fora de casa, em apoio a todos nós. Estou certa de que a nação se juntará a mim para garantir que o que você faz seja apreciado e a cada hora de seu trabalho duro nos aproxime de um retorno a tempos mais normais.>
Também quero agradecer àqueles que estão em casa, ajudando assim a proteger os vulneráveis e poupando a muitas famílias a dor já sentida por aqueles que perderam entes queridos. Juntos, estamos enfrentando esta doença e quero garantir que, se permanecermos unidos e resolutos, vamos superá-la.>
Espero que nos próximos anos todos se orgulhem de como responderam a esse desafio. E aqueles que vierem depois de nós dirão que os britânicos desta geração eram tão fortes quanto qualquer outro. Que os atributos da autodisciplina, da calma e bem-humorada determinação e do sentimento de companheirismo ainda caracterizam este país. O orgulho de quem somos não faz parte do nosso passado, define o nosso presente e o nosso futuro.>
Os momentos em que o Reino Unido se uniu para aplaudir seus cuidados e trabalhadores essenciais serão lembrados como uma expressão do nosso espírito nacional; e seu símbolo serão os arco-íris desenhados por crianças.>
Em toda a Commonwealth e em todo o mundo, vimos histórias emocionantes de pessoas se unindo para ajudar outras pessoas, seja através da entrega de pacotes de alimentos e remédios, checando vizinhos ou convertendo empresas para ajudar no esforço de socorro.>
E, embora o auto-isolamento às vezes seja difícil, muitas pessoas de todas as religiões e de nenhuma, estão descobrindo que ela apresenta uma oportunidade de desacelerar, pausar e refletir, em oração ou meditação.>
Isso me lembra a primeira transmissão que fiz, em 1940, ajudada por minha irmã. Nós, quando crianças, conversamos daqui em Windsor com crianças que haviam sido evacuadas de suas casas e mandadas para sua própria segurança. Hoje, mais uma vez, muitos sentirão uma sensação dolorosa de separação de seus entes queridos. Mas agora, como então, sabemos, no fundo, que é a coisa certa a fazer.>
Embora já tenhamos enfrentado desafios antes, este é diferente. Desta vez, nos unimos a todas as nações do mundo em um esforço comum, usando os grandes avanços da ciência e nossa compaixão instintiva para curar. Nós teremos sucesso - e esse sucesso pertencerá a todos nós.>
Devemos ter consolo de que, embora tenhamos mais ainda para suportar, dias melhores virão: estaremos com nossos amigos novamente; estaremos com nossas famílias novamente; nós nos encontraremos novamente.>
Mas, por enquanto, envio meus agradecimentos e votos de felicidades a todos.">
A rainha Elizabeth II fez um discurso neste domingo (5) no qual elogiou o espírito nacional dos britânicos e pediu que a população supere o tempo de "dor" e "enormes mudanças" que a pandemia do coronavírus trouxe.>
No discurso, a soberana de 93 anos agradeceu aos britânicos que estão permanecendo em casa para evitar a propagação da doença e, sobretudo, aos profissionais do sistema público de saúde.>
"Estamos enfrentado esta doença juntos", disse. "Vamos nos encontrar novamente.">
A rainha também admitiu que a doença está causando sofrimento entre os cidadãos pela perda de vidas, bem como dificuldades financeiras para muitas famílias.>
"Aqueles que vierem depois de nós dirão que os britânicos desta geração eram tão fortes quanto todos os demais. Os atributos de autodisciplina, determinação tranquila e bem-humorada, além de companheirismo, ainda caracterizam este país", acrescentou a monarca. Em 68 anos de reinado, este foi apenas o quinto discurso realizado pela rainha Elizabeth II, além das tradicionais mensagens de Natal. O último pronunciamento foi feito em 2002, após a morte da rainha-mãe.>
"Espero que nos próximos anos todos se orgulhem de como responderam a esse desafio", afirmou a chefe de Estado no discurso gravado no Castelo de Windsor.>
No Reino Unido, quase 5 mil pessoas já morreram em decorrência da Covid-19. O filho mais velho da rainha e herdeiro do trono, príncipe Charles, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foram infectados pelo vírus.>
Poucos discursos públicos A soberana reservou nas últimas décadas esse tipo de intervenção para momentos de gravidade especial.>
A última vez foi em 2002, após a morte da rainha-mãe, quando vestida de preto, agradeceu ao país o "amor e honra" mostrados.>
Em 1997, antes do funeral da princesa Diana, a monarca lembrava a esposa de seu filho Charles como "um ser humano excepcional e maravilhoso" que "nos tempos bons e ruins nunca perdia a capacidade de sorrir".>
O primeiro discurso da rainha à nação nesse formato foi em 1991, durante a Guerra do Golfo, quando ela pediu aos britânicos que rezassem pelo sucesso das Forças Armadas "ao menor custo possível na vida humana e no sofrimento possível".>