Diretor da ANM e lideranças do setor mineral discutiram o futuro da mineração em Live

O hoje e a amanhã do setor mineral foram tema da Live CBPM e In The Mine Convidam, ocorrida na última quinta-feira, 12

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  • Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 15:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: reprodução

Acelerar a tramitação de processos de licenciamento, integrar com as comunidades e investir em pesquisa. Estes foram alguns passos a serem dados rumo ao futuro, apresentados por lideranças do setor de mineração que estiveram reunidas na Live “CBPM e In the Mine Convidam: caminhos para a mineração no Brasil”, ocorrida na manhã da última quinta-feira, 12.

O evento foi aberto pela editora da revista In the Mine, Tébis Oliveira, mediadora do debate, seguida pelo presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, Antonio Carlos Tramm, que saudou os participantes e agradeceu a presença de todos.

Primeiro a falar, o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Hugo Bicca, citou os esforços que estão sendo feitos para dar mais celeridade aos licenciamentos que tramitam na agência. Segundo Bicca, o protocolo digital para abertura de processos já está em funcionamento. O desafio agora é digitalizar o acervo de 190 mil processos em papel que ainda tramitam e aguardam resolução. 

Em seguida, Wilson Brumer, presidente do Conselho do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), afirmou que mesmo sendo um dos setores que mais contribui para a balança comercial brasileira, a mineração ainda tem muito potencial para crescer. O Ibram estima que nos próximos cinco anos, US$ 37 bilhões sejam investidos em projetos no país, dos quais 38% serão na Bahia. Cobre, zinco, bauxita, magnesita e calcário são alguns dos minerais alvo para os investimentos.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), Luis Azevedo, defendeu que a concentração em poucas empresas é um dos entraves da mineração. Para Azevedo, o amanhã do setor passa pela diversificação dos investidores e a conjuntura mundial, com crescente por minérios chave para energias renováveis e baterias, como cobre e níquel, pode ser o gatilho para esta mudança.

Mineração baiana cresce entre 20% e 30% ao ano desde 2017

Durante sua fala, o presidente do Sindicato das Mineradoras da Bahia (Sindimiba), Paulo Misk, informou que nos últimos 3 anos o setor cresceu entre 20% e 30% no estado. Sendo que no segundo semestre de 2020 já é o terceiro maior do país, atrás apenas do Pará e Minas Gerais. Ao abordar as comunidades, Misk, informou que a mineração baiana mantém quase 17 mil empregos diretos e mais de 200 mil indiretos. A remuneração média do setor no estado é duas vezes maior que a das indústrias de transformação, construção civil e chega a ser três vezes maior que a do comércio. Os números reforçam a opinião do presidente do Sindimiba, de que a vocação do setor é levar desenvolvimento para o interior do estado. 

Tramm encerrou a rodada com uma cobrança para a ANM. Segundo o presidente da CBPM, o setor não vai conseguir crescer se os processos na agência não andam. “Nós precisamos nos reunir enquanto sociedade civil e pensarmos em alguma coisa que ajude a ANM a ser mais efetiva. A Atlantic Nickel está com estudos para crescer, a Mineração Caraíba, dentre várias outras. Mas tudo isso acaba dependendo de um ofício, um parecer, uma certificação...”, disse Tramm.

Bicca assumiu a palavra e defendeu que o acúmulo de processos vem de muito tempo, a renovação na agência começou há dois anos e está sendo feita na maior velocidade possível. 

A íntegra do evento está disponível em bit.ly/youtubedacbpm.