Distante dos olavistas, mais cotado para assumir o MEC se reunirá com Bolsonaro

Secretário da Educação no Paraná, Renato Feder tem apoio de partidos da base e é nome ‘técnico’ mais próximo de militares

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  • Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2020 às 15:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Secretaria da Educação e do Esporte do Paraná/Divulgação

Secretário estadual de educação do Paraná, Renato Feder será recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nessa terça-feira (23) e, ao que tudo indica, deve se tornar o novo ministro da Educação. 

As informações são do jornal O Globo, segundo o qual interlocutores afirmam que a reunião é vista por Bolsonaro como uma oportunidade para que eles possam "namorar" antes de sacramentar a nomeação do secretário para a vaga de Abraham Weintraub, exonerado do cargo no sábado passado após desembarcar nos Estados Unidos.

Ainda de acordo com O Globo, a indicação é capitaneada pelo governador Ratinho Júnior (PSD), filho do apresentador Ratinho, do SBT, e teria sido uma sugestão do ministro das Comunicações Fábio Faria (PSD). 

As negociações para levar Feder ao comando do MEC avançaram desde a última sexta, e Bolsonaro já teria inclusive falado ao telefone com o possível sucessor de Weintraub, membro da ala ideológica e discípulo do guru do presidente, o escritor Olavo de Carvalho, que também tinha indicado Ricardo Vélez Rodríguez, ex-ministro anterior que também deixou a pasta sob críticas.

Após as crises sucessivas empreendidas pelo ex-ministro, o Planalto busca um nome técnico e distante de polêmicas para comandar a pasta. 

O nome de Feder seria um aceno também aos partidos da base aliada de Bolsonaro no Congresso, à qual pertence o PSD. 

Feder já foi empresário do setor de tecnologia, mas também lecionou matemática por dez anos, além de ter sido diretor de escola.

Segundo O Globo, além de apoio importante no campo político, Feder também conta com o apoio de empresários bolsonaristas. 

O secretário ainda é defensor do modelo de escolas cívico-militares, uma das principais plataformas de Bolsonaro na área da educação, o que o aproxima da ala militar do governo. Esse núcleo apoia o nome de Feder no cargo também para evitar a ascensão de um olavista ao MEC.