Dois suspeitos pela morte de estudante em escadaria na San Martin são presos

Um deles tinha mandado de prisão em aberto por porte de arma de uso restrito

Publicado em 1 de outubro de 2021 às 14:48

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Bruno Wendel e Reprodução

Dois suspeitos de participar da morte do estudante de radiologia Luís Carlos Mendes Cerqueira Júnior, de 23 anos, em agosto desse ano, foram presos na manhã desta sexta-feira (1º), em operação do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), com apoio da Coordenação de Operações Especiais (COE). Luís Carlos foi morto a tiros em uma escadaria que liga a San Martin à Fazenda Grande do Retiro.

A operação acontece na região do IAPI e mais três bairros e busca combater crimes praticados por grupos criminosos. O segundo preso hoje, além de suspeito pela morte de Luís Carlos, tem mandado de prisão por condenação por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, em 2016. Ele foi condenado a três anos de prisão pela 17ª Vara Criminal de Salvador. 

A Polícia Civil não divulgou detalhes sobre o que teria motivado o crime e qual o envolvimento de cada um dos dois presos no crime.

As ações são desdobramentos da Operação Cangalha, coordenada pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (SEOPI/MJ). A iniciativa começou em setembro e é realizada por polícias civis de diversos estados do Nordeste, com o objetivo de combater organizações criminosas que atuam nos ataques a instituições financeiras, homicídios, narcotráfico, sequestro e corrupção. 

Crime O pai de Luiz Carlos Mendes Cerqueira Júnior, 23 anos, diz que o filho foi executado e cobra explicações da polícia sobre o crime. “Não foi troca de tiros como estão dizendo. Foi uma execução. Ele foi morto com seis tiros pelas costas”, denuncia o pai, Luiz Carlos Mendes Cerqueira.

Estudante de radiologia, Luiz Carlos foi morto a tiros na noite da terça-feira (24), em uma escadaria da Rua Pedro Araújo, na Fazenda Grande do Retiro, que faz ligação com a Avenida San Martin. Ele havia acabado de sair de casa. 

O rapaz era o segundo filho do pai e o único da mãe. Os pais são separados, mas ambos moram no mesmo bairro. Momentos depois do crime, o pai recebeu a ligação de que o filho havia sido baleado. Quando chegou no local, encontrou ele morto. 

O pai disse que o filho saiu de casa rumo ao curso. Dez metros depois da residência, o rapaz começou a descer a escadaria. Já no final, ele foi baleado. “Seguiram ele, com certeza. Aproveitaram que o horário tinha pouco movimento de pessoas e o pegaram por trás, uma covardia”, acredita Luiz Carlos.

Ele rebate informações que circularam de que Luiz Carlos teria sido morto por ser amigo de traficantes da região. "Vão ter que provar", diz. "Como uma pessoa que mora numa favela, no meio do tráfico, vai passar de cabeça alta no meio de traficante? Meu filho foi educado para dar 'bom dia', 'boa tarde' a todos. Isso é ser amigo? Nós, como familiares, desconhecemos, é mentira", disse. "Querem imputar a ele algo que não existe. Não houve tiroteio. Foi uma execução sumária", reafirma.