'Doutora Cloroquina' deixa cargo de secretária de Saúde de Porto Seguro

Prefeitura nega exoneração e garante que pedido partiu da médica

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  • Wendel de Novais

Publicado em 2 de novembro de 2021 às 17:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcos Corrêa/PR

Conhecida nas redes sociais como ‘Doutora Cloroquina’ por ser defensora da utilização do “kit Covid” - conjunto de remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19 - durante a pandemia, a médica Raíssa Soares não é mais secretária de saúde do município de Porto Seguro, município localizado no sul da Bahia. De acordo com a prefeitura, a saída de Raíssa aconteceu por uma necessidade própria da médica que se demitiu do cargo.

Há informações de que, na verdade, a médica foi exonerada, e a informação teria sido publicada no Diário Oficial do município da última segunda-feira (1º). A informação é negada pela prefeitura, que  não forneceu o documento. O acesso público ao diário oficial, através do site oficial, também não é possível, devido a uma instabilidade na página.

Questionada sobre a possível exoneração, a assessoria de Porto Seguro negou a possibilidade e afirmou que a médica teria saído da gestão municipal com o objetivo de ter mais tempo para focar em outros projetos. “Foi uma escolha dela. Não teria uma homenagem se fosse demitida. Ela tem projetos e necessitava de tempo para se planejar para os novos caminhos. E então decidiu sair”, explicou. 

Em vídeos nas redes sociais, a prefeitura se despediu da médica e a agradeceu pelo tempo à frente do cargo. “A Prefeitura de Porto Seguro através deste vídeo, agradece a Drª Raissa Soares por todo o empenho e amor ao trabalho realizado a população da Terra Mãe do Brasil. Sua dedicação, disposição e cuidado com os pacientes sempre foram sua marca nos atendimentos prestados, o que sempre resultou na qualidade do resultado do seu trabalho”, escreveu.

Antes da saída da Doutora Cloroquina, o Ministério Público do Estado (MP-BA) tinha pedido à Justiça em uma ação que ela deixasse o cargo por agir em favor do tratamento precoce que não tem qualquer evidência de eficácia e contra a imunização da população pelas vacinas contra a covid-19. Procurado pela reportagem para falar sobre o caso, o MP não retornou até o fechamento desta matéria.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo