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O país ocupa o 143º lugar entre os 180 países do ranking de liberdade de imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras
Publicado em 27 de julho de 2018 às 01:36
- Atualizado há um ano
Em cinco anos cerca de três quartos dos jornais da Venezuela fecharam, de acordo com a associação nacional de jornalismo. Com isso, o El Nacional é o último diário independente de circulação nacional no país.
Organizações pró-mídia alertaram para a diminuição da liberdade de imprensa ao longo de 2017, ano da reeleição do presidente Nicolás Maduro para um mandato de seis anos em eleições boicotadas pela oposição.
Nesse cenário, a Venezuela caiu seis posições no índice de liberdade de imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras, ocupando agora o 143º lugar entre os 180 países pesquisados. De acordo com o Instituto Venezuelano de Imprensa IPYS, a agência reguladora de telecomunicações do país também fechou 40 estações de rádio em 2017 sob acusação de irregularidades em suas licenças.
Ainda assim, o governo Maduro afirma que trata todos os veículos de mídia igualmente e que existe liberdade de imprensa. Porém, já mencionou publicamente que deseja mais controle sobre a mídia.
Com o fim dos veículos, o noticiário venezuelano está cada vez mais nas mãos de rádios e televisões estatais e jornais pró-governo, como é o caso do Ultimas Noticias, que cobre as atividades oficiais de Maduro e não dá atenção aos níveis crescentes de desnutrição e doenças.
Em meio a esse cenário, o presidente Maduro anunciou nesta quinta-feira (26) que remover cinco zeros de sua moeda, o bolívar, em vez dos três zeros planejados inicialmente. Esse é um esforço para acompanhar a inflação prevista para alcançar 1.000.000% neste ano.
De acordo com o Congresso, que é controlado pela oposição, a inflação anual em junho chegou a 46.000%. O FMI disse durante a semana que a inflação pode chegar a 7 dígitos ainda este ano, ficando no mesmo nível das crises do Zimbábue nos anos 2000 e da Alemanha na década de 1920.