Em discurso em Chapecó, Bolsonaro ataca STF e apoiadores pedem fechamento

Presidente ainda disse que seu governo não cometeu erros na condução do combate à covid e criticou senadores da CPI: "eles podiam seguir o exemplo nosso: não roubar"

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  • Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2021 às 22:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro voltou a reforçar nesta sexta-feira, 25, ataques a instituições democráticas, em especial, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à imprensa. Durante discurso a empresários de Chapecó (SC), Bolsonaro citou a decisão do STF de garantir que governadores não sejam inquiridos pela CPI da Covid no Senado e disse ser "inacreditável" o que acontece na Corte. As falas do presidente foram repercutidas pela plateia com as palavras de ordem: "Fecha! Fecha!".

Sem citar o nome de Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro afirmou que "tiraram da cadeia" o petista para que ele seja presidente do Brasil. No lugar de se referir pelo nome, Bolsonaro gesticulou com a palma da mão aberta, com exceção do dedo mindinho dobrado. "Tiraram ele da cadeia, tornaram ele elegível, com toda certeza, para ser presidente na fraude. Com esse critério eletrônico que está aí, ele pode chegar", afirmou Bolsonaro que voltou a defender o voto impresso.

"Tapetão por tapetão, sou mais o meu", completou, dizendo que só Deus tiraria ele do cargo. Segundo pesquisa Idec, divulgada nesta sexta-feira, se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, Lula ganharia em primeiro turno, com 56% dos votos válidos contra 26% de Bolsonaro.

O atual presidente também reforçou o compromisso de campanha de encaminhar, nesta segunda indicação para a Suprema Corte, o nome de alguém evangélico. "Lógico, além de evangélico, esse sim, dono de um notório saber jurídico", disse. "Alguns apareceram como candidatos. Boas pessoas. Eu vou indicar para o Supremo quem toma cerveja comigo. É o critério da confiança, da lealdade mútua. Não basta ter bom currículo. É importante, mas tem que falar a minha linguagem. Quero que defendam no Supremo as questões econômicas e as questões familiares", completou o presidente.

Bolsonaro diz que seu governo não cometeu erros na condução do combate à covid

O presidente disse que seu governo não cometeu erros na condução do combate à covid-19. Para ele, seu governo teve "a coragem de propor alternativas" que não vieram da sua cabeça, "do nada". "Hoje nós já sabemos alguma coisa sobre o vírus, mas, com todo respeito, não errei nenhuma do que eu falei no passado. Nenhuma. Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado que foi nessa linha no mundo todo. Com todo respeito, tem que ter coragem ou ser maluco para agir dessa maneira. O único certo", completou Bolsonaro.

Na sua fala, Bolsonaro reforçou críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, que investiga ações e omissões no combate à pandemia, ao presidente e ao relator do colegiado, senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL). O presidente citou investigações e processos contra ambos os parlamentares. "Renan Calheiros virou o pai da moralidade com 17 inquéritos no Supremo. Omar Aziz é outro: com a esposa e família toda presa, virou paladino da ética", completou Bolsonaro.

Segundo Bolsonaro, o chefe do Executivo está sendo "massacrado" na CPI só "na cabeça deles". "Eles podiam seguir o exemplo nosso: não roubar", argumentou o presidente, que voltou a defender que no seu governo não há corrupção.