Em entrevista, jogadores do Bahia pedem apoio do torcedor

Antes das declarações, ainda aconteceu uma reunião entre atletas e membros de uma torcida organizada

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 15 de março de 2019 às 16:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

A entrevista coletiva foi bem diferente pelas bandas do Fazendão, Centro de Treinamento (CT) do Bahia, nesta sexta-feira (15). Isso porque diferentemente do usual, cinco jogadores foram até os microfones para, primeiro, fazer uma série de pronunciamentos e depois ouvir algumas perguntas da imprensa. O nomes: Anderson, Gilberto, Lucas Fonseca, Nilton e Fernandão. Os riscos que circundam o Bahia só não são maiores do que a pressão feita pela torcida, descontente com os resultados recentes. Então, no popular, era hora de dar a cara a tapa.

Antes mesmo da entrevista, jogadores, direção e comissão técnica se reuniram com uma torcida organizada do clube que foi até o CT para exigir mudanças e pedir um melhor desempenho. Neste ano, o Bahia fez 18 jogos e acumula seis triunfos, oito empates e quatro derrotas. O aproveitamento de 48% é muito aquém do esperado para o time com o maior orçamento de todo o Norte/Nordeste. Para piorar a situação, o Bahia já foi eliminado da Copa Sul-Americana, competição internacional que o time foi bem na última temporada, e corre sérios riscos de ser eliminado no Campeonato Baiano.

Por conta de todo esse contexto é que os jogadores, considerados líderes do elenco, decidiram se juntar. O primeiro a falar foi Gilberto, capitão do time nos últimos jogos. Mais cedo, ele já havia publicado um pedido de desculpas numa rede social e retomou sua declaração pública durante a entrevista. Após o Ba-Vi de domingo, o atacante afirmou que a torcida do Bahia estava criando uma pressão desnecessária em cima do elenco.“A gente está com a humildade de reconhecer os nossos erros. Deixamos a desejar, mas as coisas vão mudar. Estamos lutando para que as coisas deem certo no Bahia”, garantiu Gilberto.Artilheiro do time no ano com 12 gols, Gilberto tem moral com a torcida do Bahia. Tanto que tem status de titular mesmo com o ídolo Fernandão no elenco. Repatriado pelo tricolor após pagamento de R$ 4,5 milhões e dono do maior salário do clube, o centroavante não foi bem nos dois jogos que esteve em campo e, para piorar, sofreu uma lesão na coxa que o afastou dos últimos 10 jogos. Dono da mesma camisa 20, que utilizou durante sua primeira passagem pelo Bahia em 2013, Fernandão usou o microfone para dizer que não existe nenhuma disputa interna no elenco atual do clube e que todos os jogadores confiam em uma reviravolta na temporada.

Para se classificar à próxima fase do Campeonato Baiano, o Bahia precisa ficar entre os quatro melhores colocados da competição. O que não é a sua realidade hoje. Com 12 pontos somados, o time de Enderson Moreira é o quinto colocado da competição tendo um pontinho a menos que Atlético de Alagoinhas, Vitória e Vitória da Conquista. Líder do campeonato, o Bahia de Feira fecha o G4 com 15 pontos - três a mais que o tricolor da capital.

Se quiser passar de fase a primeira coisa que o Bahia precisa fazer é ganhar o jogo contra o Jequié no próximo domingo (17), às 16h, no estádio Waldomirão. Mas só isso não será suficiente: os comandados de Enderson também precisam torcer para que algum dos times que estão no G4 não vençam. Jogador mais antigo do elenco, o zagueiro Lucas Fonseca pediu apoio do torcedor para enfrentar a turbulência.“Não me lembro de uma crise aqui no Bahia que a torcida não nos ajudou a sair”, afirmou o zagueiro.Alvo de críticas ainda mais duras do torcedor, Enderson está mantido no cargo de técnico do clube pelo menos até o fim da situação no Baiano. Goleiro reserva do time, Anderson falou que os jogadores precisam ficar calados e trabalhar no campo junto ao treinador. Essa foi a solução enxergada pelos atletas para estancar o momento de crise.

*sob orientação do subeditor Ivan Dias Marques