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Em greve geral, professores baianos se reúnem em ato no Campo Grande


 

​​​​​​​Ato nacional paralisou Educação por 48 horas; estudantes participam

  • Da Redação

Publicado em 03/10/2019 às 11:49:00
Atualizado em 20/04/2023 às 08:27:09
. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Em nome da educação, professores e estudantes das instituições públicas e federais da Bahia se concentraram, na manhã desta quinta-feira (3), no Largo do Campo Grande, Centro de Salvador. O grupo de cerca de 100 pessoas fechou as duas faixas sentido Piedade. A mobilização nacional começou nesta quarta-feira (2), em todo o país, quando os profissionais da Educação deram início à greve de 48 horas. 

Diretora Social da Associação dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Clarice Pereira explica que a ideia é sensibilizar a sociedade “para o atentado à maior arma do cidadão”.“A educação é a coisa mais importante que temos e é em defesa disso que estamos aqui, numa manifestação unificada junto a outros servidores”, disse ao CORREIO, em referência aos cortes das verbas das instituições públicas pelo Ministério da Educação (MEC).Segundo Clarice, além da educação, o corte é um “ataque às leis trabalhistas”. “Não tem como assistirmos a isso sem fazer nada, são os nossos direitos primordiais em jogo”, destaca ela, que acrescenta que o ato simbólico envolve outros sindicatos, como os trabalhadores responsáveis pela limpeza e segurança das instituições.

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Ufba Na Universidade Federal da Bahia (Ufba) - que sofreu contingenciamento de R$ 53 milhões - os professores se reuniram no início da tarde de ontem, na Reitoria, no bairro do Canela. Apesar da liberação de R$ 24 milhões, anunciada pelo MEC nesta segunda-feira (30), 

Em nota, a instituição confirmou que será contemplada, mas informou que, apesar da liberação de praticamente metade do valor congelado no primeiro semestre, a instituição não sabe quanto poderá usar.“É preciso aguardar o ministério informar o limite de crédito para usar. Você tem o desbloqueio e depois é definido o crédito que se pode usar”, explicou o vice-reitor da instituição, Paulo Miguez.Mesmo com o novo envio de recursos, a instituição afirma que o valor "não é suficiente", devido à defasagem criada no orçamento nos últimos anos. “Esse desbloqueio é um gesto de reconhecimento, por parte do ministério, de que as universidades não poderiam suportar mais tanto tempo sem liberação do crédito bloqueado”, afirmou em nota.

A federal baiana ressalta ainda que é necessário que haja uma desobstrução total do orçamento para que seja possível executar o planejamento anual da instituição.

Com a redução das verbas, a Ufba teve problemas para conseguir manter as contas em dia. Desde abril, houve paralisação dos vigilantes, os funcionários da limpeza entraram em aviso prévio, as bibliotecas passaram a fechar nos finais de semana e foram anunciadas medidas de cortes de gastos, como redução do uso de ar-condicionado e elevador, por exemplo.

Para as outras universidades federais do estado, foram enviados pouco mais de R$ 12,5 milhões. Com a inclusão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que tem sede em Pernambuco, mas atua na Bahia, o valor ultrapassa R$ 18 milhões. Também foram destinados mais de R$ 10,5 milhões para os institutos federais baianos. Confira abaixo: Estudantes garantem luta "lado a lado" (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Unificação  Diretora executiva da Associação dos Docentes do Estado da Bahia (Aduneb), Márcia Virgínia comenta a união do ato, que também envolve o Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que sofreu um bloqueio de R$ 53 milhões. “É claro que as primeiras atingidas são as instituições federais, como vimos os cortes da Ufba. Mas isso, na verdade, atinge a todos nós, trabalhadores do estado”, comenta Márcia, que segue o grupo em caminhada rumo à Praça da Sé.No entendimento da professora, a greve recém realizada pelos docentes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), dão o termômetro da situação de professores e, consequentemente, estudantes.“Tivemos aquela greve de quase três meses, onde nós reivindicamos justamente esses direitos trabalhistas que a nós estava sendo negado. Então estamos todos na mesma situação e em busca de uma educação de qualidade para todos”.Estudante de Letras da Ufba, Thalia Gomes, 19, disse que os alunos das instituições afetadas “tem que unir forças com os profissionais. “Nós somos, porque eles são. Sem eles, não existe nós e vice-versa”.

Sob argumentos parecidos, a estudante do Bacharelado Interdisciplinar de Artes, Camila Ribeiro, 20, também defendeu que "neste momento de dificuldade, todas as forças precisar se somar". 

"Em uma sociedade, a união entre os povos, diferente do que alguns pregam, é a verdadeira potência de um grupo ou uma comunidade. Ninguém solta a mão de ninguém", garante.