Em meio a ocupação policial, escolas não funcionam em Pernambués

Aulas foram suspensas em unidade estadual e também em municipais

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  • Bruno Wendel

Publicado em 5 de maio de 2022 às 12:14

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Bruno Wendel/CORREIO

O silêncio incomum reinava na manhã desta quinta-feira (5) no Colégio Estadual Ministro Aliomar Baleeiro, em Pernambués. As salas e pátio estavam vazios em consequência à ocupação da Polícia Civil no bairro. 

"Os alunos não vieram com medo de sair de casa, porque a maioria mora onde a polícia estava agindo logo cedo. Sabendo disso, a maioria dos professores também não veio. Por isso as aulas foram suspensas hoje", disse um vigilante. 

A escola foi marcada recentemente por um triste episódio em março deste ano. O estudante Max Santos de Oliveira, 18 anos, foi morto no estacionamento da unidade. No dia, testemunhas afirmaram que o responsável pela morte de Max é ex-aluno e teria entrado no local alegando que iria pegar documentos pendentes.

Além do vigilante, na escola estavam alguns funcionários da área administrativa do colégio, entre eles a diretora, que não quis falar sobre o assunto. Procurada, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) disse que suas escolas no bairro, os Colégios Estaduais Kleber Pacheco, Professora Mariinha Tavares e Ministro Aliomar Baleeiro "estão abertos para o desenvolvimento normal das atividades". 

Duas escolas municipais também não funcionaram por conta da operação - a Risoleta Neves e a Marisa Boqueiro Costa. "Assim que possível, as aulas serão restabelecidas", diz a  Secretaria Municipal da Educação (Smed) em nota.

Abordagens Na ocupação no bairro de Pernambués, diversas abordagens estão sendo realizadas através de barreiras nas principais vias de acesso ao bairro. No trecho da Madeireira Brotas, policiais militares revistavam carros, motos e até as pessoas. "A intenção é evitar que suspeitos entrem ou saiam daqui", disse um dos policiais. 

Na Rua Santa Verusa, agentes do Draco, do COE da Polícia Civil e policiais militares também revistam quem passava pelo local. "Estavam parando as motos", relatou uma senhora de sua varanda. "Eles chegaram umas 7h", emendou. Ela disse que não viu ninguém ser conduzido. "Pelo menos por aqui não. Deve ser porque essa região aqui é tranquila. Ficamos até surpresos. Por aqui não tem problema algum. As pessoas são de bem", disse.

Operação As ações em campo são desenvolvidas por 600 policiais civis e militares dos Departamentos de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), de Polícia Metropolitana (DEPOM), de Crimes Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), Coordenação de Operações Especiais (COE), da Superintendência da Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública (SSP). 

A Polícia Militar apoia as ações por meio da Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE-Polo), Rondesp Central, Tático Ostensivo Rodoviário do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (TOR/BPRv), Companhia de Intervenção Prisional (CIRP) do Batalhão de Guarda da PM, Companhia de Patamo do Batalhão de Choque (BPChq) e Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos (Bepe), Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), Coordenação de Operações de Inteligência (CoordOInt) e Setor de Operação de Inteligência (Soint) do Comando de Policiamento Regional Central e a 1a Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) e outras companhias de área.