Em mensagens a amiga, advogada achada morta relatava medo

Defesa do marido diz que as mensagens não estão contextualizadas e não têm valor legal

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  • Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2018 às 13:56

- Atualizado há um ano

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Mensagens da advogada Tatiane Spitzner para uma amiga mostram que ela aparentava temer o marido, Luís Felipe Manvalier, e pensava em divórcio. As mensagens de WhatsApp foram anexadas pela família de Tatiane ao processo contra Luis Felipe, acusado de matar a esposa. A defesa dele afirma que elas estão "fora de contexto". Tatiane foi achada morta depois de cair do 4º andar do prédio em que mroava, em Guarapuava, no Paraná.  As informações são do G1.

A queda foi em 22 de julho. O marido de Tatine foi preso e indiciado por feminicídio. Ele nega ter matado a mulher. Os dois estavam juntos há cinco anos. Nas mensagens para a amiga, em março deste ano, a advogada diz sentir medo de Manvalier e afirma que ele tem "ódio mortal" dela.

Tatiane diz à amiga que ela e o marido nem conversando estão. "E hoje estou aberta, só tomando pancada", diz. A amiga diz que ela deveria mandá-lo embora. "Estou com medo amiga", responde. Em outro momento, ela diz que pensa na separação. "Estou acabada, amiga, tive uma conversa feia com o Luis Felipe ontem, só me falta coragem pra encarar um divórcio", diz. "Grosseiro, estúpido, falou que tem ódio mortal de mim, que não sabe quando vai passar essa raiva, que não quer nem falar comigo. Só me critica, qualquer coisa que eu abra a boca ele é contra", relata.

A defesa de Luis Felipe divulgou nota afirmando que "já impugnou os referidos materiais via petição por entender que essas não têm valor legal". Para os advogados, os prints só terão valor jurídico se o celular onde estão as mensagens passar por perícia. "Sem tal procedimento, as mensagens não passam de informações fora de contexto e sem valor legal".

Veja os prints:

Manvalier foi indiciado por homicídio qualificado, motivo torpe, uso de meio cruel, que impossibilitou a defesa da vítima e condição do sexo feminino. Segundo a polícia, a vítima tinha sinais de esganadura. Depois da queda, o suspeito ainda retirou o corpo do local e o levou para o apartamento. A polícia diz que ele apagou manchas de sangue no hall do prédio. Manvalier abandonou o corpo dentro do apartamento e fugiu com o carro da mulher. Para a polícia, ele ia para o Paraná, mas sofreu um acidente na BR-277 e acabou preso.

Depois da prisão, a polícia analisou imagens do circuito interno de monitoramento do prédio e, segundo o delegado titular do caso, Maciozeki, elas mostram "agressões cruéis contra a vítima" na garagem do local, antes da queda. Ele diz também que há marcas "evidentes" no pescoço da advogada compatíveis com esganadura. O laudo da necropsia ainda não foi concluído, assim como a análise dos usos dos telefones do casal e o laudo da dinâmica da queda.

O marido nega as acusações e afirma que a advogada pulou da sacada durante uma briga.