Em protesto contra flexibilização de leis ambientais, Caetano canta no Congresso; vídeo

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e artistas se reuniram na tarde desta quarta

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  • Da Redação

Publicado em 9 de março de 2022 às 18:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Agência Senado

O cantor Caetano Veloso, 79 anos, finalizou o discurso no "Ato Pela Terra", protesto contra um pacote de projetos que flexibilizam leis ambientais brasileiras, convidando os presentes a cantar o refrão de "Terra", lançada em 1978. No palco, estava o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).

Nesta quarta (9), artistas de várias regiões do país se reuniram em Brasília contra projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional. A mobilização na capital federal também recebeu apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e representantes de movimentos, como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), também participaram.

Emicida, Criolo, Maria Gadú, Seu Jorge, Bela Gil, Malu Mader, Lázaro Ramos, Nando Reis, Daniela Mercury, Baco Exu do Blues e Bruno Gagliasso estiveram presentes.

Durante o ato, Seu Jorge pediu a palavra para dizer que o meio artístico externa a enorme preocupação com o Brasil. "Amamos o Brasil e temos que cuidar do nosso povo, que está sendo muito castigado", disse.

Por cerca de vinte minutos, o grupo se reuniu no gabinete da ministra Cármen Lúcia, com a presença dos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber. Paula Lavigne entregou aos quatro ministros presentes memoriais com pedidos da classe artística.

Protesto Na lista do chamado "pacote da destruição" está o Projeto de Lei 191/2020, que modifica a atual legislação e legaliza a exploração mineral de terras indígenas na Amazônia.

Além desse, há também os projetos de lei 191/2020 e 490/2007, que liberam atividades como mineração e hidrelétricas em terras indígenas e barram o reconhecimento de novos territórios com a tese do marco temporal; os PLs 2.633/2020 e 510/2021, que flexibilizam as regras de exploração de terra na região da Amazônia Legal; e o PL nº 6.299/2002, que amplia a margem para autorização a inserção de novos agrotóxicos no mercado.

O ato foi liderado por Caetano Veloso, em função dos "retrocessos inaceitáveis em termos de proteção dos direitos socioambientais".