Empreendedores contam o que aprenderam com 6 meses de pandemia

Empreendedores contam como o isolamento social trouxe ensinamentos importantes para a vida e os negócios

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 28 de setembro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Seis meses depois que Salvador e a Bahia passaram a adotar as medidas preventivas contra a propagação do novo Corona Vírus, os diversos segmentos da economia precisaram se reinventar e descobrir novas formas de dar continuidade às suas atividades. Em todo esse processo, a digitalização de novo mundo ficou ainda mais evidente e o social commerce despontou, mostrando uma nova forma de lidar com os consumidores finais. O Correio reuniu algumas experiências de empreendedores para dividir os aprendizados com quem deseja visualizar alternativas para esses novos tempos. 

Luciana Moura de Santana, 40 anos. E-commerce de molhos, geleias e bebidas artesanais Dona Domitilla, 2 anos  no mercado. Antes da pandemia eu acreditava que o meu negócio só ganharia visibilidade participando das feiras de rua que aconteciam na cidade, muitas vezes pagava muito caro para participar dos eventos e o retorno financeiro nem sempre acontecia. Com a pandemia e o cancelamento dos eventos, precisei me reinventar totalmente e reservar um tempo para estudar e entender todas as mudanças que seriam necessárias neste momento: investir em aplicativos de delivery, terceirizar o serviço de um motoboy para facilitar as entregas, criar um e-commerce para facilitar as vendas e entregas em todo o Brasil e contratar um designer gráfico para transformar as fotos dos meus produtos em imagens interessantes. Comecei também a investir em anúncios nas redes sociais e no posicionamento digital da minha marca, participei das consultorias oferecidas pelo Sebrae, mais do que nunca eu precisaria buscar estratégias para conseguir vender pela internet. As vendas aumentaram e nestes 6 meses e novas pessoas descobriram a minha marca. Os valores que eu pagaria para participar de feiras e eventos durante este período, eu redirecionei para promoções, brindes e embalagens mais charmosas e criativas.  Tudo isto para chamar atenção e cativar o meu cliente. Já que eu não teria a oportunidade de conversar  pessoalmente e estreitar o relacionamento com o meu cliente, senti a necessidade de cativar ele de outras formas. Também fiz investimentos de equipamento para a produção e melhorias na cozinha.Se o mundo não tivesse passado por esta “pausa”, provavelmente eu não teria feito nada disso em prol da minha empresa, e estaria limitada a viver e vender em feiras de rua. A grande lição de tudo isto é que ė possível se fazer presente na vida do cliente, mesmo estando distante. Eu tinha muito receio que a minha marca fosse esquecida no meio de tantos problemas durante a pandemia, mas fiz o possível para isto não acontecer! Para Carla Guarisco, a grande lição está em cuidar atentamente da gestão financeira e não ter medo de inovar (Foto: arquivo pessoal) Carla Guarisco Grimaldi,44 anos . Loja Oca, que existe há 23 anos, com loja física há 18 anos. Por menor que seja o negócio, temos que ter uma gestão financeira muito organizada para que possamos tomar novos rumos e que ter uma boa base de cliente fez toda a diferença! O empresário, principalmente o pequeno não pode ter uma mente engessada! Tem que está sempre pronto a tomar decisões e inovar!! Antes da pandemia não me preocupava tanto em analisar o desenvolvimento do meu negócio, tanto no âmbito financeiro ou nas redes sociais! Hoje não só me preocupo com a gestão financeira e das redes sociais , mas também  invisto mais ainda em cursos ligados  ao mercado de  moda e tendências pra poder oferecer um produto melhor e atemporal a minha cliente! Podendo assim oferecer soluções para as suas necessidades - sempre visando qualidade e preço assim chegando na sua satisfação! Mesmo antes da pandemia já tratávamos nossas clientes com muita exclusividade e com a pandemia vi que isso fez toda a diferença! Observei tb que as pessoas estão cada dia mais ligadas ao mercado on line! Durante o período mais crítico da pandemia 40% das nossas vendas foram pelo Instagram e novas clientes - inclusive de outros estados! Por isso nosso próximo passo será a criação do nosso site. Me sinto mais forte, mesmo com 4 meses de loja física totalmente fechada consegui reabrir meu negócio agora com um novo formato e com muita esperança! Estou com metas traçadas visando novas conquistas! Não deixei a pandemia acabar com meus sonhos! O grande aprendizado para o design Wilton Bernardo foi aproveitar o período para entender melhor sobre gestão de tráfego bem como crescer organicamente (Foto: arquivo pessoal) Wilton Bernardo. Laço Afro Estúdio de Arte; 13 anos.   

Meu estúdio @lacoafro (Laço Afro) antes da Pandemia produzia as peças de artesanato, design e roupas(camiseta) e a venda principal acontecia de forma física em loja colaborativa; A loja virtual estava em segundo plano. Pouco antes da pandemia eu tomei a decisão de inverter radicalmente essa ordem. Eliminei a forma de venda presencial. Foi uma decisão antes da pandemia, porém com ela, estava claro que não bastava ter tomado essa atitude. Eu precisava correr para organizar de fato essa presença virtual, e entender melhor sobre gestão de tráfego bem como crescer organicamente (sem pagar) no espaço virtual além, obviamente de também fazer divulgação paga.  No ambiente virtual, você pode até não caprichar na postagem, mas precisa entender de gestão de tráfego (ou ter alguém que entende, trabalhando para você). A longo prazo, é importante investir no crescimento orgânico de seu negócio na internet. Para sobreviver a essa pandemia e dificuldades, para um negócio, é fundamental a clareza do propósito do negócio. Para o estúdio @lacoafro (Laço Afro), os “próximos passos” significam a continuidade do entendimento sobre a gestão de tráfego com foco definitivo no online. Torcer para que termine a pandemia e assim, pensarmos ações físicas como reforço para a e-commerce. Não mais o contrário.   Priscyla Caldas diz que a rempresa evoluiu cinco anos em apenas cinco meses e precisou incluir novos serviços para se manter no mercado (Foto: Sérgio Reis/divulgação)  Priscyla Albuquerque Caldas, 39 anos, ARUNA Marketing, há 16 anos.

 A minha atuação enquanto agência na unidade física possuía um leque de opções de serviço, mas nesse período de adaptação pós-pandemia, optamos por incluir outros serviços e trabalhar em home office. Hoje, por exemplo, além dos serviços de marketing, eu ofereço também produção de vídeos. A evolução nesse tempo de se viver 5 anos em 5 meses, aumentou a necessidade do dinamismo na internet, e a inserção desses vídeos foi a mudança mais significativa nessa rotina de produção convencional de textos e layouts. Com certeza, principalmente devido a necessidade do Home Office. Os arquivos que ficavam em uma rede física, passaram a ser usadas 'nas nuvens' e as reuniões mudaram para a video chamada, tanto com a equipe quanto com clientes. As lições estão associadas à imprevisibilidade. A noção de que não temos poder de controle sobre as coisas, e que precisamos nos readaptar e estar pronto para toda e qualquer mudança. A pandemia veio principalmente como uma lição de resiliência, força, e um reforço para entendermos que a vida é uma caixinha de surpresas. Os próximos passos são: continuar estudando o mercado,  fazer novos investimentos, e realizar as mudanças necessárias de acordo com cada cliente e setor. Nilda Simão precisou sair da zona de conforto e se sentir capaz para amplair o negócio e crescer mesmo dentro da quarentena (Foto: arquivo pessoal) Nilda Simão, 48 anos. Brigadeirou, 2 anos.

Era uma atuação tímida e dentro do convencional, recebia encomendas de doces para eventos, caixas para presentes e também vendia todos os dias no trabalho (ainda trabalho como CLT). O que mudou de significativo foi que por causa da pandemia a procura caiu e fiquei perdida sem saber o que fazer e essa mudança me fez sair de minha zona de conforto buscar alternativas. Procurei estudar o mercado e outras formas de divulgar meus doces e estratégias de vendas.Entendi que o vender não é mais antes, vai muito além de panfletar e que meu cliente precisar ter uma experiência agradável ao provar meus doces e querer provar de novo e ainda indicar a outras pessoas.Que devo está preparada para o inesperado e quando ele acontecer (porque sempre acontece) posso até levar um susto momentâneo devo buscar estratégias para enfrentá-lo. A pandemia me fez enxergar o quanto sou capaz, que tenho muito por fazer ainda e que posso realizar planos e sonhos e tenho sonhado grande sabe? Então, meus planos é trabalhar e estudar muito para a #BRIGADEIROU ser reconhecida a ponto de fazer parte das vidas das pessoas como algumas empresas do ramo.