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Depoimento faz parte de processo que investiga obra da sede da Petrobras, em Salvador
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 23:33
- Atualizado há um ano
O empresário Mário Seabra Suarez, que fechou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), relatou supostas entregas de R$ 2 milhões na sede nacional do PT, no centro de São Paulo. Ele é alvo da Operação Sem Fundos, 56ª fase da Lava Jato, que investiga propinas nas obras da Torre Pituba, prédio onde funcionou a sede da Petrobras em Salvador.
Suarez citou nomes de suspeitos de agir como operadores do senador petista Jaques Wagner, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, já condenado na Lava Jato, e Armando Trípodi, ex-chefe de gabinete de José Sérgio Gabrielli na presidência da Petrobras. A sede do partido já havia sido apontada pelo doleiro Alberto Youssef, que afirmou ao MPF ter levado R$ 800 mil para Vaccari, que nega recebimento de valores ilícitos oriundos do esquema.
A Operação Sem Fundos investiga suposto repasse de R$ 68 milhões em propinas para o PT e ex-dirigentes do fundo Petros e da Petrobras, com recursos da Torre Pituba. Os investigadores trabalham com a hipótese de superfaturamento de R$ 1 bilhão na obra - orçada em R$ 320 milhões, mas que custaram R$ 1,32 bilhão.
Em nota, o PT disse que a denúncia é “falaciosa, sem sentido e sem provas, que visa a atingir o PT, no momento em que as atenções do mundo se voltam para a denúncia do golpe do impeachment contra Dilma Rousseff, com a indicação para o Oscar do documentário Democracia em Vertigem”. Já Vaccari disse que o delator o acusa “de forma inverídica”. A defesa de Wagner lamentou que a imprensa teve acesso à delação antes dos advogados, “de modo que não comentará o assunto antes de acessar sua íntegra”. Os demais citados não foram localizados.