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Do Estúdio
Publicado em 25 de maio de 2022 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Pensar sob a ótica da expansão internacional de uma empresa pode ser o próximo passo para negócios já consolidados no Brasil. Entre os principais motivos que justificam essa lógica, estão a possibilidade de lucros maiores com o aumento do volume de vendas, independência do mercado interno e competitividade. Em um contexto de mercado global, internacionalizar um negócio significa também marcar uma posição estratégica diante do mercado.>
Um fator que deve ser analisado pelos empresários brasileiros e que agrega positivamente na atuação internacional é a posição das instalações em locais de fácil acesso viário, ferroviário ou marítimo, o que contribui para otimizar a distribuição do produto, destaca Rodrigo Cannaval, diretor executivo de operações da Unipar. A marca possui operação tanto no Brasil como na Argentina e é líder na produção de cloro e soda na América do Sul e uma das maiores produtoras de PVC na região.>
Para o futuro, a expectativa é manter a liderança nessas áreas:“A empresa tem se movimentado, visando ampliar tanto sua capacidade produtiva como na sua cadeia como um todo. Um exemplo é a expansão da unidade da empresa em Santo André com a instalação de um novo eletrolisador e de um forno de ácido clorídrico com início de operação previsto para o segundo semestre de 2023. Na Argentina há o desenvolvimento do mercado da exploração de lítio e a Unipar irá participar desse movimento com a oferta de ácido clorídrico e soda cáustica para potencializar esse mercado”, Rodrigo Cannaval, diretor executivo de operações da Unipar.A companhia mantém em seu plano estratégico a exportação de seus produtos para outras regiões como América Latina, Europa e África. Rodrigo Cannaval, diretor executivo de operações da Unipar (Divulgação/Unipar). O processo de internacionalização pode ser também o caminho natural de uma empresa. É o caso da Larco, distribuidora baiana de combustível, presente em nove estados. O mercado internacional é o que norteia a principal operação da marca na Bahia e a análise do cenário externo e das tendências das commodities passou a ser parte da rotina de trabalho por lá. Alberto Costa Neto é diretor executivo da empresa e conta que com a primeira venda da Refinaria Landulpho Alves, hoje rebatizada de Mataripe, muitas coisas mudaram com relação à precificação do produto originário dessa refinaria na Bahia, onde a paridade internacional passou a ser uma rotina. “A gente busca estudar, analisar, se antecipar a esses movimentos do mercado internacional porque eles estão intrinsecamente ligados a movimentos que vão ocorrer de precificação na refinaria. Então ter uma política de gestão de estoque eficaz, uma logística que possa se antever ou que possa fortalecer ou acelerar esses movimentos, é de fundamental importância”.>
Retomada das Exportações Em 2020, a Bahia, maior estado exportador do Nordeste, registrou o pior resultado nas exportações em relação aos cinco anos anteriores, com o valor de US$ 5.2 bilhões em vendas para o mercado externo. 2021 marcou o início do movimento de retomada, quando exportou US$6.1 bilhões. Quem revela esses números é Patrícia Orrico, gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). Para 2022, os dados são promissores: a indústria baiana, principalmente a de transformação - o principal setor responsável pela exportação no estado - teve neste primeiro trimestre um valor exportado de cerca de US$ 1.8 bilhão, contra US$1.3 bilhão do mesmo período de 2021 - um crescimento de 38.1%. O óleo combustível foi quem liderou essa lista de produtos exportados nesse primeiro trimestre de 2022, passando de US$141 milhões no primeiro trimestre de 2021 para US$620 milhões em 2022. Em seguida, os principais produtos são os derivados de soja, celulose e ouro, tradicionais na pauta de exportação da Bahia. Internacionalizar um negócio significa também marcar uma posição estratégica diante do mercado (Foto: Divulgação / Braskem) No entanto, Patrícia destaca que por aqui a exportação está concentrada em poucos setores e cerca de 300 empresas são exportadoras na Bahia: um número tímido diante do potencial do estado, em sua avaliação. Mas, de acordo com Patrícia, se verificou um melhor posicionamento da Bahia no mercado internacional, especialmente em Singapura, China, Estados Unidos e Argentina.“Essa concentração em poucos segmentos comerciais e a maioria de bens intermediários também convive com a fragmentação produtiva nos setores tradicionais, então é um cenário desafiador. A expectativa é de melhoria em função de oportunidades ligadas a digitalização e transição para uma economia mais sustentável”, Patrícia Orrico, gerente do Centro Internacional de Negócios da Fieb. Patrícia Orrico, gerente do Centro Internacional de Negócios da Fieb (Foto: Acervo Pessoal) Ações Através do Centro Internacional de Negócios, dirigido por Orrico, junto a outras estruturas do sistema de indústria estadual e nacional, a FIEB atua no apoio à melhoria da competitividade, um facilitador para internacionalização das empresas, especialmente as baianas de menor porte. Esse trabalho envolve ações voltadas à capacitação, ao processo de melhoria dos produtos, adequação para determinados mercados-alvo e até mesmo formação de preço para exportação, que é diferente do praticado no mercado interno. “Fazemos muitas ações partindo de estudo e prospecção de mercados-alvo, um trabalho de inteligência e promoção comercial, como participação em feiras, organização de rodadas de negócios internacionais, ações que ajudam a conquistar e promover mercados”, completa.>
O projeto Indústria Forte é uma realização do Correio com patrocínio da Unipar e Acelen, apoio institucional do Sebrae e apoio da Wilson Sons, Braskem, J.Macêdo, Larco, AJL, Jotagê e Comdados.>
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