Empresas demonstram como é possível aliar sustentabilidade e lucro

Organizações de diferentes portes adotam processos ambientalmente corretos em suas operações

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  • Do Estúdio

Publicado em 30 de junho de 2019 às 12:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Divulgação

As atividades do setor privado causam impactos ao meio ambiente, uma vez que as empresas costumam demandar grande quantidade de recursos naturais, como energia e água. Para minimizá-los e compensá-los, organizações de diferentes portes, com atuação em Salvador, desenvolvem uma série de iniciativas ecológicas e demonstram que é possível aliar lucro e sustentabilidade.

Maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, a Braskem anunciou há cerca de dois meses que está prestes a iniciar a produção da principal matéria-prima para as garrafas PET a partir da cana de açúcar. Quando o projeto adquirir escala industrial, será possível encontrar no mercado um produto feito de matriz 100% reciclável. Edison Terra, vice-presidente de poliolefenos da Braskem “Estamos no último estágio, antes do desenvolvimento do monoetilenoglicol (MEG) Verde em escala industrial”, afirma o vice-presidente de poliolefenos da Braskem, Edison Terra. A nova linha, desenvolvida em parceria com a startup norueguesa Haldortopsoe, está em consonância com os esforços da Braskem na implementação da economia circular na indústria do plástico – o que consiste em colocar de volta na cadeia produtiva materiais que antes eram considerados descartáveis.

O produto já passou pela fase de laboratório, na unidade de pesquisa da Braskem em Campinas. O estágio atual é o de demonstração, com estimativa de que seja disponibilizado em escala industrial entre um ano e meio e dois anos. No caso do PET, a produção a partir de uma matriz limpa e sustentável será um passo no sentido da obtenção de materiais 100% renováveis.“Com a cana como matéria-prima, substituindo combustíveis fósseis, além do produto passar a ter uma fonte renovável, a sua produção ainda ajudará a absorver gás carbônico, na etapa do plantio da cana”

 José Augusto Viveiros, diretor de desenvolvimento de novos negóciosTerraço Verde No Salvador Shopping, as sobras de alimentos da praça de alimentação não têm a lixeira como destino. Ao invés disso são reaproveitadas e transformadas em adubo. Batizado de “Terraço Verde”, o projeto utiliza a tecnologia a biotimização para produzir fertilizante livre de produtos químicos, a partir de resíduos orgânicos recolhidos das cozinhas dos restaurantes. Batizado de “Terraço Verde”, o projeto utiliza a tecnologia a biotimização para produzir fertilizante livre de produtos químicos, a partir de resíduos orgânicos recolhidos das cozinhas dos restaurantes O adubo é utilizado em uma horta orgânica situada no terraço do empreeendimento, que é regada com água 100% proveniente do reaproveitamento de chuva, e produz hortaliças que retornam às mesas dos restaurantes parceiros.“Graças a essa iniciativa, nós deixamos de enviar cerca de dez toneladas de resíduos para aterros sanitários, minimizando o impacto causado ao meio ambiente. Além disso, a horta nos permite oferecer aos restaurantes parceiros hortaliças livres de agrotóxicos com preços até 50% abaixo do mercado. Assim, conseguimos implementar e manter um ciclo de sustentabilidade que se completa dentro do próprio shopping”

Fabiano Mehmeri, coordenador de desenvolvimento socioambiental do Grupo JCPMCamiseta ‘Carbono Zero’ E se engana quem pensa que investir em sustentabilidade é algo restrito a grandes empresas. A Camisas Polo Salvador, uma pequena indústria situada no bairro Uruguai, tornou-se referência nessa área nos últimos anos. A fábrica conta com equipamentos que contribuem para a eficiência energética, como placas de energia solar fotovoltaica, sensores de presença e ventiladores Elephant, que propiciam um maior conforto térmico aos funcionários.

Recentemente, a empresa conquistou o título de primeira empresa do Brasil a produzir camisas polo ‘carbono zero’. Os processos industriais geram poluição e, por isso, as empresas precisam adotar medidas para compensar a produção de gás carbônico (CO2) ao meio ambiente como o plantio de árvores, por exemplo. De acordo com a metodologia adotada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma camisa polo que pesa em média 250 gramas, gera 2,925kg de CO2.

Carbono compensado A partir das ações realizadas pela Camisas Polo Salvador com a autossuficiência em energia solar (investimento de R$ 100 mil recuperados em quatro anos), foi possível compensar a pegada de carbono da linha de camisas 100% algodão, considerando a produção anual de 240 mil peças. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a única instituição no Brasil apta a realizar essa certificação. Hari Hartmann, sócio-fundador da Camisas Polo “A aplicação de ações sustentáveis na pequena indústria geram oportunidades de negócios. Com o cuidado ao meio ambiente e com as ações sociais proativas construímos a imagem de fornecedor verde.  Esse reconhecimento nos motiva para continuar trabalhando com esse foco, assim como ajuda a inspirar outras empresas a aderir práticas voltadas para a sustentabilidade”, pontua Hari Hartmann, sócio-fundador da empresa. Desde 2016, a Camisas Polo registra crescimento de cerca de 10% ao ano.

Na segunda semana de junho, a empresa baiana recebeu por meio da ABNT a certificação carbono zero durante reunião do conselho deliberativo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).“Com o cuidado ao meio ambiente e com as ações sociais proativas construímos a imagem de fornecedor verde.  Esse reconhecimento nos motiva para continuar trabalhando com esse foco, assim como ajuda a inspirar outras empresas a aderir práticas voltadas para a sustentabilidade”

Hari Hartmann, sócio-fundador da Camisas PoloSemana do Clima Iniciativas como as da Braskem, Shopping Salvador e Camisas Polo contribuem para a redução das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera e, consequentemente, das mudanças climáticas e do aquecimento global, de acordo com cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre o Clima).

Esse importante tema estará em discussão na Semana LatinoAmericana e Caribenha de Clima (Climate Week ou Semana do Clima), de 19 a 23 de agosto, no Salvador Hall ( Av. Luis Viana Filho s/n, Wet n Wild - Paralela). Organizado pela ONU, o evento objetiva sensibilizar e apoiar os membros da nossa sociedade nos países em desenvolvimento, em nível regional, para alcançar a neutralidade climática global até meados deste século. As inscrições podem ser feitas pelo site www.regionalclimateweeks.org até 18 de agosto.

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