Empresas e órgãos fazem adaptações para manter serviços na Bahia

Coelba atende apenas emergências e municípios retiram menos medicamentos

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  • Gil Santos

Publicado em 28 de maio de 2018 às 18:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/ CORREIO

Enquanto caminhoneiros e governo federal seguem na queda de braço, alguns setores da sociedade estão fazendo malabarismo para manter serviços em funcionamento. Nesta segunda-feira (28), a Coelba está atendendo apenas casos emergenciais, a Embasa pede que os consumidores economizem água, e a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) registrou retirada de medicamentos menor que o normal. Motoristas fazem fila em posto com combustível (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) O superintendente de serviços técnicos da Coelba, Saulo Cabral, disse que para economizar combustível a concessionária de energia está atendendo apenas situações emergenciais. Nesta segunda, representantes da empresa participaram de uma reunião no Sindicombustíveis que discutiu a distribuição da gasolina no estado.

“Estamos atendendo apenas as situações emergenciais mais críticas. Suspendemos a realização de obras para racionalizar combustível, e adiamos algumas ações para outras datas. Solicitamos que fossemos incluídos na lista de serviços essenciais para ter acesso ao combustível garantido pelo estado, o que ocorreu no domingo”, disse.

Ele contou que a situação mais crítica é no Norte da Bahia, em cidades como Juazeiro, Senhor do Bonfim e Jacobina, onde o abastecimento das equipes de plantão está quase no final. Em Salvador, o tempo tem ajudado a Coelba a manter a quantidade de chamados dentro da normalidade, sem muitos danos à rede elétrica. Policiais conversam com manifestantes (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Água A Embasa informou que ainda não registrou problemas com o abastecimento e afirmou que não há risco de falta iminente de produtos químicos para o tratamento de água. A estatal orientou os consumidores a usarem a água de forma racional. Confira a nota na íntegra:

Diante dos boatos que estão sendo disseminados nas redes sociais sobre interrupção no abastecimento de água por conta da paralisação dos caminhoneiros, a Embasa esclarece que o serviço está sendo prestado normalmente em sua área de atuação. Não há risco de falta iminente de produtos químicos para o tratamento de água. Como as entregas de mercadorias no país ainda não foram retomadas integralmente, o consumo racional de água tratada, neste momento, é uma precaução necessária. É uma forma de garantir reserva, caso os protestos nas estradas persistam por mais tempo.

A reunião no Sindicombustíveis, realizada na manhã desta segunda no bairro do Costa Azul, em Salvador, definiu sete cidades na Bahia para receber combustível para atendimentos emergenciais. Apenas veículos emergenciais estão sendo abastecidos (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Os municípios de Feira de Santana, Juazeiro, Jequié, Barreiras, Luis Eduardo Magalhães, Teixeira de Freitas e Salvador serão abastecidos nas próximas 48 horas, para alimentar viaturas e ambulâncias. O sindicato frisou que o combustível não será vendido para os consumidores comuns.

Os caminhoneiros estão no oitavo dia de paralisação. Participaram do encontro representantes das distribuidoras, da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Salvador (Semob), Coelba, e Embasa. Manifestantes bloqueiam via (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Saúde A Sesab informou que a Assistência Farmacêutica Básica registrou queda de 25% na retirada de medicamentos por parte dos municípios nesta segunda. Já as entregas de medicamentos do Ministério da Saúde, que seriam feitas na semana passada, foram reprogramadas para esta semana.

A paralisação dos caminhoneiros afetou também a distribuição de alimentos em alguns hospitais da Bahia. Segundo o presidente da Associação de Permissionários da Ceasa, Eguinaldo Nascimento, as três empresas responsáveis por fornecer os hortifrútis para as unidades de saúde da capital não conseguiram fazer as entregas por falta de mercadoria.

"A gente atende 15 hospitais, além de indústrias e outros seguimentos. Deixamos uma reserva de material para os hospitais, mas a mercadoria acabou. Hoje só conseguimos atender 30% dos pedidos dos hospitais. Agora, zerou total. A Ceasa está um deserto", disse. Abastecimento da Ceasa no sábado (Foto: Evandro Veiga/ CORREIO) Apesar dos transtornos, as duas secretarias de saúde disseram que a alimentação dos pacientes continua sendo fornecida sem interrupções. Em nota, a Sesab afirmou que o cardápio de algumas unidades foi adaptado.

"Ressaltamos ainda que o suprimento de medicamentos hospitalares e da rede de gases encontra-se regular. As refeições para pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde continuam sendo fornecidas sem interrupções, ainda que o cardápio tenha sido adaptado em algumas unidades", diz a nota.

A pasta afirmou ainda que as consultas, exames e cirurgias agendadas para esta segunda serão realizadas normalmente em todas as unidades da rede estadual. O mesmo acontece para os atendimentos de urgência e emergência nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais.

As transferências de pacientes internados realizadas pelas ambulâncias da Central Estadual de Regulação também não foram afetadas.

Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que as unidades também estão funcionando dentro da normalidade na capital. O cardápio dos pacientes do Hospital Municipal ainda não foi afetado pela paralisação dos caminhoneiros.