Empresas reforçam cuidados para evitar peste suína africana

Profissionais da empresa cumprindo o chamado vazio sanitário de 72 horas

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  • Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

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O surto de peste suína, que já dizimou quase metade do rebanho chinês, já influencia na rotina das principais empresas de carne no Brasil. O grupo BRF, dono de marcas como Perdigão, Sadia e Qualy, anunciou que está reforçando os cuidados com a biossegurança para evitar a entrada da doença nas unidades que opera no Brasil.

Os profissionais da empresa que estiveram em outros países, ou que tenham viagem programada para fora do país, estão cumprindo o chamado vazio sanitário de 72 horas. Significa que qualquer funcionário da empresa que tenha viajado para fora do Brasil está proibido de entrar nas unidades brasileiras da companhia por um período de três dias após o retorno da viagem.

“Mantemos operações fora do Brasil, e frequentemente nossos executivos realizam viagens internacionais e, por essa razão, precisamos nos manter em estado de alerta sempre, bem como oferecer ferramentas e tecnologia que suportem adequadamente as atividades dos nossos profissionais", afirma Neil Peixoto, diretor de qualidade e sustentabilidade da BRF.

As regras também valem para os visitantes. A medida faz parte das recomendações do Ministério da Agricultura para tentar manter o Brasil como zona livre da doença e evitar a circulação de eventuais vírus de fora do Brasil.

"A segurança e a qualidade são dois dos três compromissos inegociáveis da BRF e, por essa razão, iniciamos uma campanha interna para alertar os nossos funcionários sobre a importância de seguir à risca a nossa política interna de viagens”, completa Neil.

As medidas fitossanitárias também incluem outras regras, como não trazer produtos de origem suína para o país e lavar roupas, mochilas, bolsas e sapatos utilizados na viagem. Também há uma recomendação para não visitar estabelecimentos com porcos nas áreas afetadas, além de higienizar celular, tablet, notebook e relógio com álcool gel ao retornar ao Brasil.

O grupo possui mais de 90 mil funcionários no Brasil e unidades produtivas em mais de 140 países.

Reforço nos aeroportos

O Ministério da Agricultura também está intensificando a vigilância contra a PSA, com distribuição de material informativo sobre a doença nos aeroportos e postos de fronteira.

A PSA foi erradicada do Brasil em 1984, desde esta data o país foi declarado livre da doença. Segundo o Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) as medidas de reforço na vigilância incluem ainda alertas sonoros que estão sendo emitidos nos aeroportos. Passageiros que trazem produtos de origem suína, ou que visitaram fazendas, feiras agropecuárias e áreas rurais, devem procurar o balcão da vigilância antes de deixar a área de desembarque.

Durante a Copa América  o trabalho de vigilância está contando ainda com a ajuda de cães farejadores. Um deles é Thor, um labradoor de três anos, que está circulando pelos aeroportos de Viracopos e Guarulhos. Com a ajuda do cão, os auditores fiscais federais agropecuários aprenderam mais de 200 kg de produtos irregulares encontradas nas bagagens dos passageiros. A fiscalização conta com a ajuda de cães farejadores como Thor, um labrador usado pelos auditores fiscais federais agropecuários. (Foto: Anffa Sindical) Sintomas

A peste suína africana (PSA) não oferece risco à saúde humana, mas pode provocar a perda do rebanho suíno por ser altamente infecciosa e exigir o sacrifício dos animais infectados. Não existe vacina para a doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) o vírus é resistente e permanece por até nove meses em alimentos maturados, e por até três meses nas fezes do animal. Além dos suínos, a doença atinge os javalis.

Os animais infectados apresentam febre alta, sangramento no reto, perda de apetite, problemas respiratórios e hemorragia nas orelhas, nariz, patas e abdômen.