Enem: treino é fundamental na hora de se preparar para a prova de matemática

Prova de matemática será aplicada no dia 24 de janeiro, com 45 questões

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 05:13

- Atualizado há um ano

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Na hora de se preparar para lidar com os números saber fórmulas pode ser apenas o primeiro passo. Quem quer ter um bom desempenho na prova de matemática do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) precisa estar atento não só aos assuntos mas a estratégia correta na hora de estudar e responder as questões. Para os professores a palavra de ordem é uma: treino. Única das provas que é exclusiva e composta apenas de uma disciplina, as 45 questões de matemática podem representar um desafio grande para os alunos e o exercício é, segundo os professores, a melhor maneira de se preparar. 

A prova será aplicada no segundo dia de exame, em 24 de janeiro, mas desde o começo dos estudos os alunos são incentivados a resolver questões de exames anteriores como parte básica da preparação. Com um peso grande dentro da avaliação, os professores costumam apontar para os assuntos que mais se repetem para auxiliar os alunos e direcionar os estudos. A plataforma SAS de educação analisou os últimos dez anos para identificar o que mais se repete nas provas. (veja lista abaixo).

“Apesar de ser exame para o ensino médio, o Enem cobra muito a matemática do ensino fundamental, que a gente costuma chamar de matemática básica. É ela que mais cai na prova. Então o aluno precisa se debruçar nessa base, que inclui regra de tres, razão, proporção e porcentagem. Um outro assunto muito cobrado é a geometria. Os outros assuntos acabam sendo abordados em menor proporção”, diz o professor Adriano Caribé, que ensina no Colégio Anchieta e no curso preparatório PontoMed.

Para o professor, na hora do treino existem etapas que o aluno pode seguir para facilitar a preparação. “A estratégia de resolução pode acontecer de duas formas. Enquanto ainda estiver mais longe da prova é interessante que o aluno estude por assunto e na reta final fazer uma prova toda originalmente para poder treinar também a percepção de qual assunto diz respeito cada questão” , explica, 

Os professores relatam que as resoluções de questões não ajudam apenas no aprendizado dos assuntos, mas também no desenvolvimento da estratégias de resolução a serem utilizadas na prova. “Existem estratégias na hora de resolver os problemas. É preciso que primeiro o aluno entenda o que a questão quer, identifique os dados, e depois parta para o que seria a matéria fria, que seria o cálculo em si e depois fazer a checagem se aquela resolução está correta”, detalha Alexandre Lima, professor do Campus Villa. 

Quem está se preparando para o exame já entende a importância de treinar. “Eu dependo muito do assunto, tem coisas que tenho muita dificuldade e outras que acho bastante interessantes. Mas percebo que matemática é prática. Diferente de outras matérias que no momento da pergunta você consegue se virar, associar com outros conhecimentos, matemática se você não treina você não vai bem na prova. Fazer muitas provas, simular, é também para gente perceber as nossas dificuldades e entender como usar o tempo. Os professores falam muito sobre não passar tempo demais numa mesma questão onde você percebe que está difícil. E essa consciência a gente resolve treinando”, acredita a estudante Katarina Brito, 19 anos, que se prepara para tentar uma vaga em medicina. A estudante Katarina Brito quer cursar medicina (Foto: Acervo Pessoal) Também futura médica, a jovem Keyla Sacramento conta que tinha medo dos simulados porque não queria errar, até perceber que os erros, neste caso, eram bons pra ela. “Os simulados ajudam a gente a entender os nossos erros e isso torna tudo muito mais fácil. Quando você vê onde está errando, você consegue agir e depois, como esse raciocínio vai se repetir, na prova você não erra. Eu acho tudo bastante lógico na matemática. Quando você aprende o mecanismo passa a ser uma questão de reprodução, Pra mim sempre foi um processo de entender a teoria para depois praticar no máximo de questões, porque mesmo com abordagens diferentes, os conteúdos vão se repetindo”, conta. 

Tecnologia

Em um ano atípico, marcado pelo ensino à distância, até os próprios simulados acabaram mediados por algo que faz parte não só da rotina de estudos mas da vida dos estudante: a tecnologia. Na hora de usar os artifícios tecnológicos para os estudos, no entanto, os professores alertam para um cuidado. “A gente não pode fechar os olhos para os benefícios da tecnologia. Não dá para fazer de conta que é uma ferramenta que o aluno não vai usar. Mas é preciso fazer esse uso com responsabilidade, porque o uso dessas tecnologias, de uma calculadora, por exemplo, pode ser bom mas pode ser ruim. Quando você tem domínio do assunto, da técnica e usa a tecnologia para ganhar tempo, apenas como um atalho, durante o processo de preparação, tudo bem. O que não pode é usar essas ferramentas para cobrir deficiências que eu não domino ainda nos assuntos”, acredita Bruno Gustavo Reis, especialista em  Matemática e Novas Tecnologias e professor do Instituto Dom de Educar (Rede UniFTC).

Outro bom uso das ferramentas, segundo os mestres, é como forma de correção, mas também merecendo o mesmo cuidado. “A tecnologia pode ser uma ferramenta de auxílio para que o aluno consiga investir tempo em outras etapas do estudo que ele ainda não domina ou até pode ser usada para conferir se um cálculo ou forma de resolução está correta”, diz Alexandre. 

Para os alunos, a tecnologia tem ajudado, inclusive, a intensificar o espaço de treinamento. “A gente tem acesso a muita resolução de questões, a aula de professores do país inteiro, de forma gratuita. Muitas vezes quando a gente erra, não sabemos o que se errou, mas hoje tá fácil de encontrar essa resoluções através de plataformas, aplicativos e esses suporte é muito bom, complementa muito o material da escola”, diz Keyla.  Keyla Sacramento, 17 anos, diz que teconologia ajuda nos estudos (Foto: Acervo Pessoal)  Interpretação

Quando o assunto são os números a primeira impressão pode levar o estudante ao entendimento de que o que importa são fórmulas ou técnicas. Mas existe um outro ponto importante para garantir sucesso na prova de matemática e que também se desenvolve com a resolução de questões: a interpretação dos enunciados.  

“Uma boa leitura da questão é mais da metade do caminho andado para uma boa resolução. Muitas vezes os alunos querem se livrar da questão, fazer uma leitura super dinâmica, rápida, e acaba sendo uma leitura muito superficial, que acaba deixando passar detalhes que prejudicam o aluno depois. Aquelas questões mais imperativas com comandos diretos como resolva, desenhe, encontre o valor, não é o estilo da prova, então a habilidade de interpretação é fundamental. Então uma leitura rápida, não significa uma leitura eficaz. Não posso de fato perder muito tempo na leitura, mas preciso ser cirúrgico para identificar o que a questão quer”, destaca Bruno. 

Segundo os professores, é saber as fórmulas ou a parte técnica das resoluções e não cuidar da interpretação pode ser perigoso. “É fundamental que o aluno saiba interpretar os enunciados. Muitas vezes os alunos conhecem fórmulas, a parte técnica, mas por não saber interpretar a pergunta não sabem executar, porque não consegue perceber o que de fato a questão está perguntando. Mesmo sendo professor de matemática, eu sempre disse que a língua portuguesa é a matéria mais importante, a primeira de todas, a matemática vem em segundo lugar”, brinca Caribé. Na hora de juntar as duas habilidades: com os números e as letras é que novamente o treino se destaca como a melhor estratégia. “Os textos matemáticos são recorrentes, então o treino é fundamental também para ajudar o aluno a ir aprendendo a interpretá-los. Saber fórmulas não adianta se você não souber aplicar, e a percepção de qual ferramenta você usa na questão vem da interpretação”, diz Adriano. 

Top 10 assuntos mais cobrados

Levantamento feito pela SAS Plataforma Educacional levando em conta provas entre 2009 e 2019

Geometria 233 itens (23,5%)  Escala, razão e proporção 129 itens  (13%)  Aritmética 123 itens (12,4%)   Funções 89 itens  (9,0%)  Gráficos e tabelas 89 itens (9,0%)  Estatística 76 itens (7,7%)  Porcentagem 74 itens (7,5%)  Probabilidade 55 itens  (5,6%)  Equações elementares 32 itens (3,2%)  Sequências 27 itens (2,7%)

CORREIO traz fascículos para revisão

O CORREIO publica até o dia 13 de janeiro, 17 fascículos especiais do 14º projeto Revisão Enem 2020. Na semana passada o tema foi Ciências Humanas e suas tecnologias. Nesta semana o caderno traz questões de Matemática e suas tecnologias. O Revisão Enem 2020 é uma realização do Correio, com o patrocínio da UniFTC e o apoio da SAS.

Com simulados online, que são disponibilizados no site do jornal (correio24horas.com.br), os conteúdos contam com uma série de questões objetivas, realizadas pelo SAS Educação, para os estudantes testarem os seus conhecimentos nas disciplinas cobradas no Enem. “É um projeto pensado para facilitar a vida do estudante nessa reta final, os conteúdos são desenvolvidos para abranger todas as 120 habilidades cobradas no Enem e os assuntos mais recorrentes nas provas, para que o aluno descubra, uma forma dele se aproximar mais da realidade do exame,  além de disponibilizar as vídeoaulas com as resoluções para que o aluno também aprenda o conteúdo que ainda não sabe”, diz o professor Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais no SAS Plataforma de Educação

Além disso, sempre às quartas-feiras, o site Correio24horas conta com videoaulas.As aulas podem ser acessadas na íntegra no canal www.correio24horas.com.br/revisao. Reunimos em um só lugar materiais inéditos de estudo que serão atualizados semanalmente e ficarão disponíveis para serem consultados sem sair de casa, a qualquer momento, de qualquer lugar, computador ou celular. Toda quarta-feira o estudante poderá ler conteúdos especiais, assistir videoaulas e realizar simulados para testar os seus conhecimentos nas mais diversas áreas”, diz Vanessa Araújo, coordenadora de projetos do CORREIO. 

O Revisão Enem 2020 é uma realização do CORREIO, com o patrocínio da UniFTC e o apoio da  plataforma SAS.