Entregador de comida é morto após ser retirado de mercado por PMs

Caso revoltou moradores: 'Quer dizer que no Nordeste só tem vagabundo, só tem ladrão?'

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  • Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2021 às 17:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Um entregador de comida foi morto a tiros na manhã desta quinta-feira (4), na localidade do Bariri, no Nordeste de Amaralina. O caso aconteceu por volta das 11h20.

Segundo a TV Bahia, moradores denunciam que o crime foi cometido por policiais militares. Procurada, a PM enviou uma nota e informou que segundo foi relatado pela 40ª CIPM, uma equipe do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto) da companhia realizava rondas na Rua do Futuro, na Santa Cruz, "quando se deparou com vários indivíduos que atiraram contra a guarnição, que revidou".

Ainda de acordo com a PM, os suspeitos fugiram em várias direções e um deles, que seria o entregador, de prenome ícaro, que foi atingido na região do tórax e tentou se esconder em um mercadinho, mas foi alcançado pelos policiais. O homem, segundo a polícia, estava armado com um revólver calibre 38 e foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde morreu.

O fato será apurado pela Corregedoria da Polícia Militar, onde a ocorrência foi registrada.

Segundo informações da TV Bahia, os moradores contam que houve um tiroteio na Rua Nova República e Ícaro acabou baleado. Ele tentou fugir da confusão, mas foi retirado do local por policiais.

Um vídeo de uma câmera de segurança do estabelecimento mostra a ação. Nas imagens é possível ver que o rapaz tenta se esconder atrás de um homem que está no caixa, mas é encontrado pelos PMs e retirado do local.

Em outro vídeo, feito por um morador que está do lado de fora do mercadinho, é possível ouvir uma pessoa dizendo que os PMs vão matar Ícaro. O entregador é levado pela polícia e, pouco depois, é possível ouvir barulhos de tiro, e o entregador é encontrado morto.

Ícaro trabalhava como entregador de um estabelecimento há um mês. A dona do local ficou revoltada com a situação. “Que covardia, gente! O que é isso? Quer dizer que no Nordeste só tem vagabundo, só tem ladrão? O menino trabalhava. Ele me pediu oportunidade. O menino já tinha um mês trabalhando comigo. A mãe dele suou para dar uma moto a ele para achar uma oportunidade", disse a mulher à TV Bahia.

A dona do local disse ainda que Ícaro não estava armado e ia fazer a entrega de um almoço, a pedido dela. "Ele não estava com arma. Ele estava indo trabalhar para mim. Eu liguei 'Ícaro, venha que já tem entrega'. Baleou o menino no tiroteio, o menino entrou no mercadinho e pediu pelo amor de Deus”, comentou.

À tarde, por volta das 15h, um grupo compareceu à Rua Amazonas, na Pituba, e protestou contra a morta do jovem, com cartazes nas mãos e gritos de 'assassino'. Segundo a PM, os participantes fecharam a via, impedindo que os veículos pudessem circular, mas "após contato com um dos integrantes, os militares conseguiram desobstruir a rua e o trânsito foi normalizado". O protesto seguiu de forma pacífica e já foi finalizado.