Equipe de afiliada da Globo é agredida durante reportagem em Florianópolis

Eles filmavam banhistas que descumpriam decreto em praia

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  • Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2020 às 15:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Uma equipe da NSC, afiliada da Globo em Santa Catarina, foi agredida enquanto fazia uma matéria na manhã desta segunda-feira (2), em Florianópolis.

A repórter Barbara Barbosa e o repórter cinematográfico Renato Soder filmavam da orla banhistas na praia do Campeche - decreto permite banho, mas proíbe a permanência das pessoas na areia.

Um grupo se aproxima e ameaça os jornaistas. Dois banhistas tentam arrancar o equipamento e o celular deles. A maioria está sem máscara.

Uma mulher consegue pegar o celular da repórter, que consegue recuperar na confusão. Ela ficou arranhada e com outras marcas no braço.

A Polícia Militar e a Guarda Municipal foram acionadas. Um boletim de ocorrência será registrado pela emissora.

Repúdio A Associação Nacional de Jornais (ANJ) lamentou as agressões. "Foi uma atitude covarde, autoritária, intolerante e que demonstra falta de compreensão do papel dos jornalistas na sociedade", diz a entidade. "Além das agressões verbais e físicas, condenáveis em qualquer situação, o que houve foi também uma tentativa de impedir que a verdade chegue ao conhecimento dos cidadãos. Portanto, se trata de um ataque ao direito das pessoas de serem livremente informadas. A ANJ espera que os agressores sejam identificados e encaminhados à Justiça, para que sejam punidos nos termos da lei", ainda informou a ANJ.

A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) também divulgou nota de repúdio. "Qualquer tipo de intimidação ou constrangimento ao trabalho de equipes de reportagem em sua missão de informar a população configura um atentado contra a liberdade de imprensa, principalmente neste momento de pandemia. Desta forma, pedimos que as autoridades identifiquem e punam exemplarmente os responsáveis pela agressão, destacando que qualquer tentativa de cercear os meios de comunicação são, também, um crime contra a democracia", diz o texto. 

A Associação Catarinense de Imprensa foi outra a repudiar a agressão sofirda pela equipe. "Tentar calar a imprensa é atitude irresponsável e perigosa de pessoas que flertam com o autoritarismo sem ao menos entender as implicações históricas de tal atitude. Espera-se que os agressores sejam devidamente identificados e exemplarmente punidos, na forma da lei", diz.

A emissora NSC TV também emitiu nota afirmando que os agressores vão responder pelos atos. "O ataque e a agressão à equipe da NSC, nesta segunda-feira na Praia do Campeche, são uma tentativa de impedir o trabalho da imprensa, de levar os fatos ao conhecimento público - o que é garantido pela Constituição federal. Atitudes como esta, que infelizmente mostramos no Jornal do Almoço, estão se repetindo no país inteiro. Mas elas revelam e fortalecem a importância do nosso trabalho. Os agressores responderão pelos seus atos. E nós vamos continuar fazendo o que fazemos: jornalismo profissional, independente e essencial para a sociedade catarinense", informou.