Escritora e ativista bell hooks morre aos 69 anos

Com 40 livros publicados, intelectual americana é uma das maiores referências em feminismo negro

Publicado em 15 de dezembro de 2021 às 14:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: divulgação

A escritora e ativista bell hooks morreu nesta quarta-feira (15), aos 69 anos. A informação foi divulgada pela família em comunicado:

"É com extrema tristeza que a família de Gloria Jeans Watkins confirma a morte de nossa amada irmã, neste dia 15 de Dezembro de 2021. A família honrou seu pedido de descansar em casa com sua família e amigos ao lado.

Gloria nasceu em Hopkinsville, Kentucky. Nascida no dia 25 de Setembro de 1952, filha de Veodias e Rosa Bell Watkins, ela foi a quarta de 7 irmãos. Em 1978, publicou o primeiro livro de poemas, assinando com o nome Bell Hooks, em homenagem a sua bisavó. Ao todo, escreveu mais de 40 livros, que foram publicados em 15 diferentes idiomas, o que fizeram dela uma escritora amada por muitos ao redor do mundo.

A família se sente honrada que Gloria de ver que Gloria recebeu numerosas premiações, honrarias e fama internacional por seu trabalho como poeta, autora, feminista, professora, crítica cultural e ativista social. Somos orgulhosos por poder chamá-la apenas de nossa irmã, amiga, confidente e influenciadora."

hooks publicou o primeiro livro, uma compilação de poesia, em 1978. Em 1981, ela publicou "E eu não sou uma mulher? Mulheres negras e feminismo". Ao todo, publicou 40 livros traduzidos para 15 línguas. As obras incluíam poesia, ensaios e livros infantis. Os temas tratados destacavam feminismo, racismo, gênero e cultura, entre outros. Ela era um dos maiores nomes do feminismo negro do mundo.

O nome "bell hooks" foi inspirado na sua bisavó materna, Bell Blair Hooks. A letra minúscula é um posicionamento pessoal da autora que busca dar enfoque ao conteúdo da sua escrita e não à sua pessoa. 

bell hooks também fundou o bell hooks Institute, em 2014, para documentar sua trajetória como feminista e intelectual negra. No Berea College, que fica no estado do Kentucky, onde nasceu, emprestava o nome ao The bell hooks Center, espaço destinado a estudantes de grupos pouco representados em que se realizam programas, colaborações e eventos que afirmam o senso de identidade e pertencimento dos alunos.

Na nota da faculdade sobre a morte da professora, é reafirmado que o legado dela permanecerá:

"O Berea College é grato por suas contribuições para a comunidade do campus e celebrará sua vida e legado por meio do centro bell hooks inaugurado no campus no outono de 2021. O instituto continuará a ser um farol valioso e informativo para sua vida trabalho, continuando a lembrar aos humanos que a vida tem tudo a ver com amor. Em suas palavras, "Amar bem é a tarefa em todos os relacionamentos significativos, não apenas nos laços românticos"."