ESG: Presente na mineração da Bahia

Companhias investem, cada vez mais, em ações ambientais, sociais e de governança

  • Foto do(a) author(a) Murilo Gitel
  • Murilo Gitel

Publicado em 27 de junho de 2022 às 06:00

. Crédito: Foto: Divulgação

Se hoje podemos dizer que o conceito de ESG (Environment, Social and Governance) está na moda do mundo corporativo, também é verdade que não se trata de uma novidade para o setor da mineração na Bahia. Isso porque as companhias com atuação no estado têm um longo histórico de políticas e práticas nessas respectivas áreas.

No distrito de Pilar, em Jaguarari (BA), a Ero Brasil (antiga Mineração Caraíba) desenvolve e apoia uma série de projetos socioeconômicos que geram renda para a população do entorno da companhia. Um exemplo é o da panificadora Flor de Mandacaru, que contribui para a formação de padeiras e doceiras.

Outra iniciativa que fomenta o empreendedorismo da região, a cooperativa Mãos do Campo promove a fabricação de laticínios a partir do leite de cabra. “Inicialmente nós produzíamos lá no nosso cantinho, em uma salinha pequena. Olhávamos para os queijos sem saber ao certo onde conseguiríamos vendê-los”, recorda a produtora Maria de Fátima Cardoso, uma das cooperadas.

Hoje, mais bem estruturado, o projeto conta com a certificação da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), a qual permite que o laticínio chegue ao mercado formal. “Era o que mais queríamos. Ficávamos perguntando: ‘Senhor, quando vamos conseguir essa certificação?’. Logo que a conquistamos nos sentimos muito vitoriosos”, comemora Maria de Fátima.

Compromisso com o IBRAM

“Assinamos com o IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração) o compromisso de estarmos aderentes às normas ESG até 2024. Assim, precisamos ter todo mundo trabalhando da mesma forma, porque é uma política que tem que ser do grupo. E para ter essas políticas iguais o pessoal precisa se sentir inserido. A receptividade que tivemos, em todas as áreas, foi gigantesca”, afirmou recentemente à revista Brasil Mineral o presidente da Ero Brasil, Eduardo de Come.

A BAMIN também é uma referência nessa área. O Circuito do Lixo, projeto que desde 2010 une geração de renda e educação ambiental em Caetité (e mais recentemente em Licínio de Almeida), já evitou que 2,5 milhões de quilos de resíduos recicláveis fossem parar nos lixões, além de gerar, mensalmente, uma renda total de R$ 36 mil, o que equivale a R$ 1,2 mil para cada um 30 cooperados da Coopercicli, parceira da ação. Circuito do Lixo já evitou que 2,5 milhões de quilos de resíduos recicláveis fossem parar nos lixões. (Foto: Ulisses Dumas) Legado para as comunidades

“A BAMIN, para além da sustentabilidade de seus negócios, tem o compromisso de contribuir de maneira efetiva para o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua e, ao longo de suas operações, deixar um legado para as comunidades atuais e futuras desses territórios”, destaca a diretora de ESG da mineradora, Rosane Santos.

Em Itapicuru e Jaboticaba, na região de Jacobina, boa parte da população local carecia de internet de fibra óptica, uma realidade que começou a ser transformada pelo programa Jabu Digital, apoiado pela JMC Yamana Gold, que beneficia, atualmente, cerca de 140 famílias.

Negócios conscientes

Para o vice-presidente de Operações Brasil & Argentina da companhia, Sandro Magalhães, o ESG representa, fundamentalmente, uma mudança de paradigma nos modelos de negócios. “A importância do ESG para a sociedade vem a ser a valorização, cada vez maior, dos negócios conscientes, que sejam comprometidos, com respeito ao meio ambiente e com a preservação da saúde e do bem-estar da população.”

Na visão do presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, Antonio Carlos Tramm, o ESG demanda um processo de reeducação e preparação. “Precisamos ter este cuidado com as pessoas e com o meio ambiente e pensar em qual legado vamos deixar para os nossos netos e bisnetos. É isso que estamos fazendo: uma mudança de governança”, pontuou. 

O Estúdio Correio produz conteúdo sob medida para marcas, em diferentes plataformas.