Estátua de Pedro Álvares Cabral é incendiada no Rio em protesto contra ‘marco temporal’

Grupo também pichou o monumento com a frase: “Marco temporal é genocídio. PL 490 não”

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  • Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2021 às 15:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Twitter urucumirim

Protestantes incendiaram o monumento Descobrimento do Brasil, localizado no Largo da Glória, na cidade do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (24). A obra possui imagens das figuras históricas de Pedro Álvares de Cabral, Pero Vaz de Caminha e frei Henrique de Coimbra. Segundo a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconserva), um boletim de ocorrência foi registrado.

Além de queimada, a estátua foi pichada com a frase: “Marco temporal é genocídio. PL 490 não”. O Projeto de Lei 490 circula nas comissões da Câmara dos Deputados desde 2007, e pretende incluir a adoção do ‘marco temporal’, que permite a exploração de garimpeiros nas terras indígenas, reduz suas demarcações futuras e ainda impede que esses povos consigam mais espaço.

Nas redes sociais, o perfil urucumirim reivindicou a autoria do incêndio, em protesto à PL 490, que deve voltar a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta quarta-feira (25).

Produzido pelo artista Rodolfo Bernardelli na oficina Thiebaut, em Paris, o monumento feito em bronze foi inaugurado no dia 13 de maio de 1990 em comemoração  do quarto centenário da chegada de Cabral. 

Em nota, a Seconserva informou que, ainda ontem, foi iniciado um trabalho de limpeza e está avaliando os danos causados pelas chamas.

Em julho deste ano, ativistas atearam fogo à estátua do bandeirante Borba Gato, localizada na Praça Augusto Tortorelo de Araújo, no distrito de Santo Amaro, em São Paulo.