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Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 10:32
- Atualizado há 2 anos
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (4) que, por enquanto, não há intenção de formar uma chapa para a disputa presidencial em 2022 com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, como vice."Por enquanto estou casado com Mourão (atual vice-presidente). Sou sem amante", disse Bolsonaro. O presidente, no entanto, fez diversos elogios ao ministro e ex-juiz federal."O Moro está indo bem para caramba também na parte política", afirmou. "Está aprendendo, está ficando um hábil político.">
Articulador político do Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, avaliou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que uma dobradinha entre Bolsonaro e Moro seria imbatível na disputa de 2022. "Eu falei para o presidente que, se hoje ele fosse tentar a reeleição, com Moro de vice, ganhava no primeiro turno, disparado", afirmou Ramos, sem mencionar o atual vice, Hamilton Mourão.>
O general ponderou que Bolsonaro não enxerga essa possibilidade. "Ele não vê nada disso.">
Moro enfrenta resistências para emplacar o pacote anticrime no Congresso Nacional e é alvo de questionamentos no mundo político, mas ainda mantém a popularidade e foi aplaudido em pé na última semana em show do cantor Roberto Carlos, em Curitiba.>
As declarações de Bolsonaro foram feitas em frente ao Palácio da Alvorada. O presidente ainda tentou desviar de perguntas sobre possível chapa com Moro: "Não quero saber de política. É um saco a minha vida, cara. Falar para 2022... Eu chego em casa igual a um zumbi".>
Bolsonaro chegou a convidar, ironicamente, um jornalista para compor a chapa na próxima disputa presidencial. "Se bem que eu jamais teria um vice barbudo", completou Bolsonaro, arrancando risos de seus apoiadores.>
Relação A relação entre Bolsonaro e Moro teve pontos baixos em 2019. O auge do desgaste entre os dois começou após o presidente anunciar, em agosto, a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio por "questão de produtividade". Em nota, a PF contradisse o presidente ao afirmar que a substituição já estava planejada e não tinha "qualquer relação com desempenho".>
Nos dias seguintes, Bolsonaro declarou que "quem manda é ele" e que, se quisesse, poderia trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, nome de confiança de Moro. Internamente, as "ameaças" do presidente foram vistas como uma tentativa de interferência política no órgão responsável por investigações.>
Em cerimônias seguintes ao atrito pela interferência na PF, Bolsonaro e Moro deram sinais de trégua. Na terça-feira, 3, o ministro da Justiça disse que o presidente é "uma pessoa muito íntegra" e que o governo vai "muito bem".>