EUA: vice-presidente e líder republicano rejeitam mudar resultado das eleições

Mitch McConnell criticou colegas que objetaram e afirmou que eleição sequer foi apertada

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  • Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 16:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo AFP

Dois aliados do presidente Donald Trump, o vice Mike Pence e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, rejeitaram nesta quarta-feira (6) tentar mudar o resultado das eleições presidenciais dos EUA, em que o democrata Joe Biden derrotou Trump.

Os dois participam da sessão conjunta no Congresso para retificar a contagem de votos do Colégio Eleitoral. Biden teve 306 votos, contra 232 de Trump. Parlamentares podem contestar os resultados dos estados e levar o debate a voto no plenário, caso pelo menos um senador e um deputado façam objeções. Alguns republicanos já anteciparam que objetariam, mas é improvável que a certificação perca nos votos, já que os democratas são majoritários na Câmara. Além disso, há resistência até entre republicanos nessa tentativa de reversão, vista por muitos como um golpe.

Mais cedo, Donald Trump pressionou Mike Pence para que ele rejeitasse a certificação, algo que não cabe a ele. Como vice-presidente, Pence preside o Senado, mas sua função é apenas conduzir a sessão e confirmar os votos. 

Depois que alguns trumpistas objetaram aos resultados do Arizona, um tradicional reduto republicano que este ano foi vencido por Biden, o senador McConnell criticou duramente os colegas. "Nós (parlamentares) não podemos simplesmente nos declarar um júri eleitoral com esteroides. Os eleitores, os tribunais e os estados todos falaram. Todos falaram. Se passarmos por cima, vamos danificar nossa República para sempre", afirmou. "A eleição não foi nem apertada, na verdade".

Desde as eleições, Trump insiste que houve fraudes e já apresentou diversas teorias de irregularidades, mas até agora sem provas. As objeções do presidente foram derrotas seguidamente nas cortes dos EUA. 

Pence pressionado Em comunicado, Pence afirmou ter apenas um papel "cerimonial" na sessão de hoje, recusando a pressão imposta por Donald Trump para que tentasse interferir em algo. 

"Meu juramento em defender e apoiar a Constituição me impede de proclamar uma autoridade unilateral para determinar quais votos devem ser contados e quais não devem ser", diz o vice-presidente.

Ele afirmou, contudo, que as "significantes alegações de irregularidades" seriam analisadas pelos congressistas. Afirmou que iria acatar a decisão dos parlamentares, dentro do seu papel de conduzir a sessão.