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Depoimento revela o que aconteceu momentos antes de Juliana Marins cair em trilha de vulcão

Pai acredita que principal culpado pela lentidão do resgate foi coordenador do parque, que não avisou imediatamente Defesa Civil

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 30 de junho de 2025 às 09:19

Juliana Marins
Juliana Marins Crédito: Reprodução

A brasileira Juliana Marins, que perdeu a vida após despencar de um penhasco de uma trilha na Indonésia, teria sido deixada sozinha quando o guia que a acompanhava se afastou para fumar, conforme relatou o pai da jovem ao programa Fantástico, neste domingo (29). O laudo oficial, divulgado dois dias antes, apontou que a causa da morte foi um trauma contundente, que comprometeu órgãos internos e provocou hemorragia. 

De acordo com Manoel Marins, pai de Juliana, o guia relatou que a filha havia dito estar cansada durante a trilha. “Juliana falou para o guia que estava cansada e o guia falou: ‘senta aqui, fica sentada’. E o guia nos disse que ele se afastou por 5 a 10 minutos para fumar. Para fumar! Quando voltou, não avistou mais Juliana. Isso foi por volta de 4h. Ele só a avistou novamente às 6h08min, quando gravou o vídeo e o enviou ao chefe dele”, contou o pai. Ao todo, considerando a caminhada e o tempo fumando, o guia ficou de 40 a 50 minutos longe da jovem. 

Nesse vídeo gravado pelo guia, é possível ver uma luz que era da lanterna no capacete usado por Juliana. Foi nesse momento que o guia a localizou e acionou a chefia para que o socorro fosse enviado ao local.

Juliana Marins por Reprodução

Segundo Manoel, em um primeiro momento não foi acionada a Defesa Civil, e sim uma equipe de primeiros socorros do parque onde fica o vulcão. O pai de Juliana disse que eles tinham apenas uma corda, sem outros materiais necessários para a descida. “No desespero, o guia amarrou a corda na cintura e tentou descer sem ancoragem”, relatou. Nesse primeiro momento, Juliana estava a cerca de 200 metros da ilha - o local exato foi confirmado por imagens de drone feitas por turistas.

A resposta das autoridades locais, segundo a família, também foi lenta. O parque acionou a equipe de primeiros socorros apenas às 8h30, que só chegou ao ponto onde Juliana caiu às 14h. Já a Defesa Civil da Indonésia, segundo os familiares, foi acionada posteriormente e teria alcançado o local somente às 19h. É uma caminhada de pelo menos 6 horas até o ponto do acidente. Condições de tempo ruim complicaram o trabalho do resgate. 

Para o pai da jovem, houve falhas graves em vários níveis. “Os culpados, no meu entendimento, é o guia, que deixou Juliana sozinha para fumar, 40 ou 50 minutos, tirou os olhos dela. A empresa que vende os passeios, porque esses passeios são vendidos em banquinha como sendo trilhas fáceis de fazer. Mas o primeiro culpado, que eu considero o culpado maior, é o coordenador do parque. Ele demorou a acionar a Defesa Civil”, afirmou.

No final, o corpo de Juliana foi resgatado por uma equipe repleta de voluntários, que chegaram a dormir pendurados no penhasco para conseguir alcançar a jovem - ela já estava a cerca de 600 metros da trilha. Segundo o pai, quando foi registrada novamente por drones, na segunda (23), dessa vez "aparentemente imóvel", Juliana já estava morta.

A equipe do Fantástico buscou contato com diversas autoridades indonésias, incluindo polícia, direção do parque, governo local, Ministério do Turismo, Ministério das Florestas, Ministério das Relações Exteriores e Presidência da Indonésia, mas não obteve retorno.

Relembre

Juliana era formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também era praticante de pole dance. Desde fevereiro, ela viajava pela Ásia como mochileira, tendo visitado Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.

A Prefeitura de Niterói, cidade natal da jovem, assumiu os custos do translado do corpo para o Brasil. O anúncio foi feito na quarta-feira (25). Em publicação nas redes sociais, o prefeito Rodrigo Neves disse ter conversado com a irmã da vítima e confirmou o apoio à família. “Conversei com Mariana, irmã de Juliana, e reafirmei o compromisso da prefeitura de Niterói com o translado da jovem para nossa cidade, onde será velada e sepultada. Que Deus conforte o coração da linda família de Juliana e de todos os seus amigos e amigas”, escreveu.

O velório e sepultamento acontecerão em Niterói, mas a data ainda não foi definida, já que o corpo ainda está nos trâmites para sair de Bali. A cidade decretou luto oficial de três dias na terça-feira (24) e informou que fará uma homenagem à jovem.

Juliana caiu do penhasco no dia 21 de junho, durante uma trilha no Monte Rinjani. A confirmação de sua morte veio na terça-feira seguinte, após quatro dias de buscas em uma região de difícil acesso, marcada por neblina e terreno instável. O corpo foi resgatado no dia 25.