Ex-deputado Carli Filho é condenado por duplo homicídio em Curitiba

Pena é de 9 anos e quatro meses pela morte de dois homens em acidente de trânsito

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  • Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 18:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo/Tribuna

O ex-deputado estadual do Paraná Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi condenado por duplo homicídio com dolo eventual a nove anos e quatro meses de prisão pelas mortes de Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida. Os dois morreram em um acidente em Curitiba em 2009. Apesar da condenação, decidida em júri popular que aconteceu na terça e quarta (28), Carli não será preso e pode recorrer em liberdade.

O julgamento ocorreu após nove anos, uma vez que a defesa do ex-deputado chegou a apresentar 33 recursos, o último deles ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, na tentativa de tirar o júri de Curitiba. Carli Filho foi condenado por ter provocado a morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, na noite de 7 de maio de 2009, em um acidente de trânsito no bairro Mossunguê. O ex-deputado estava dirigindo embriagado e a 173 km/hm, de acordo com a acusação.

O julgamento recomeçou na manhã desta quarta-feira, 28, com a exposição do promotor Marcelo Balzer, que levantou a questão da ausência da imagens dos radares por onde passou o carro de Carli Filho, na noite do acidente. Balzer lembrou que Carli não poderia estar dirigindo, uma vez que estava com a carteira cassada. Mas, segundo o promotor, ele o fez com a certeza da impunidade, uma vez que mesmo alertado pelo amigo e pelo garçom, insistiu em dirigir.

Um dos pontos ressaltados pelo promotor foi a tentativa da defesa de tentar inverter a culpabilidade pelo acidente, de que os jovens teriam cruzado a preferencial. "Se não bastasse a dor do luto, a família precisa conviver com a revolta", disse Balzer

'Eu sou culpado' O próprio Carli Filho desconstruiu a tese da sua defesa ao declarar em seu depoimento, no primeiro dia: "Eu quero dizer aqui para quem vai me julgar, para quem está me ouvindo, que eu sou culpado. Eu assumo minha parcela de culpa em tudo o que aconteceu. Mas eu jamais tive a intenção de matar alguém naquela noite", afirmou no plenário do tribunal.

O júri era formado por cinco mulheres e dois homens.  Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida morreram na batida (Foto: Reprodução)