Ex-médico condenado por estupro de pacientes Roger Abdelmassih volta para a prisão

Condenado a 181 anos de prisão, ele estava em prisão domiciliar sem escolta e monitorado por tornozeleira eletrônica

Publicado em 1 de julho de 2017 às 16:21

- Atualizado há um ano

O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão pelo estupro de pacientes em sua clínica de reprodução, cumprindo determinação judicial voltou na manhã deste sábado (1º) para a Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba, interior paulista. Ele estava residindo em seu apartamento, num condomínio do bairro Pinheiros, zona oeste de São Paulo.

Em publicação nas redes sociais na noite desta sexta noite (31), Vanuzia Leite Lopes, criadora da associação de vítimas de Abdelmassih, Somos Todas Vítimas Unidas, comemorou a nova decisão. "Ele voltou para a cadeia e as vítimas voltam para sua vida normal. Feliz e livre de novo com o monstro estuprador Roger Abdelmassih voltando para a cadeia", escreveu.

Abdelmassih estava no apartamento sem escolta e monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele deixou o hospital em Taubaté no último dia 23. O ex-médico, de 73 anos, foi beneficiado com o regime de prisão domiciliar depois que laudos apontaram que ele é portador de cardiopatia grave e necessita de cuidados médicos contínuos. Ele foi reconduzido para a penitenciária por uma escolta policial.

O ex-médico obteve o benefício no dia 21, mas permaneceu no hospital para o tratamento de uma infecção urinária. Exames de laboratório mostraram que ele havia adquirido uma bactéria resistente. Como houve melhorias em sua saúde, ele foi levado de volta para a Penitenciária de Tremembé. 

A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da 1.a Vara de Execuções Criminais de Taubaté, baseou-se no artigo 5º da Constituição Federal que assegura aos presos "o respeito à integridade física e moral", para autorizar a prisão domiciliar.

Na mesma decisão, ela negou o pedido da defesa de concessão do indulto humanitário - o perdão judicial foi pedido em vista da gravidade das condições de saúde do condenado. O cardiologista Lamartine Ferraz, autor do laudo usado no processo, disse que, apesar de grave, a doença pode ser tratada com medicação. Ele voltou agora a prisão, cumprindo determinação da Justiça paulista, sob a alegação de que o tratamento que estaria recebendo em casa seria o mesmo que ele pode ter na cadeia. 

Desde ontem (31), quando o Tribunal de Justiça publicou a decisão, a Agência Estado não conseguiu contato com o advogado de Abdelmassih.