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Autor da exposição As Bacantes, Israel Kislansky volta a Salvador depois de quase 10 anos
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2022 às 05:50
- Atualizado há um ano
Depois de mais de uma década sem expor em Salvador, o escultor baiano Israel Kislansky, radicado atualmente em São Paulo, abre no dia 12 de abril, às 19h, a exposição As Bacantes, no Palacete das Artes, na Graça. A mostra vai ocupar os dois andares do casarão do museu com 60 esculturas, sendo 40 delas em bronze e 20 em cerâmica.
“É um sonho antigo voltar a expor na minha terra. Um projeto que acalento há anos e que agora se torna realidade”, afirma o artista, sem esconder a felicidade pelo retorno.
A exposição remete ao mito grego das bacantes, apresentadas na tragédia de Eurípedes: mulheres que se deixavam seduzir por Baco/Dionísio para compor seu séquito, protagonizando os famosos bacanais. Mas Israel Kislansky propõe uma releitura da fábula.
“A exposição As Bacantes é uma grande homenagem ao feminino, numa mistura de empoderamento, magia, sensualidade e liberdade. É um olhar para o feminino como representantes da alegria e vitalidade para a existência”, avalia.
Essa essência feminina está presente nas Ânforas do artista que também integram a mostra. As linhas sinuosas, de quadris e seios fartos se misturam a ideia do pote – como local onde se guardam coisas preciosas - em belas esculturas de cerca de 50cm de altura.
Sensualidade e força visíveis, como explica Kislanky: “Não é o lugar da sexualização, mas de contemplação e reconhecimento do mistério da vida que o feminino representa. As Ânforas são o corpo da mulher que guarda a essência, a semente da vida”, diz.
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Algumas das esculturas chamam a atenção, também, pelo tamanho. É o caso de Dafé, escultura inspirada na personagem feminina Maria da Fé, do livro Viva o Povo Brasileiro, do escritor João Ubaldo Ribeiro.
A obra em bronze é uma cabeça de mulher com impressionantes 1x1x1m. De traços marcantes, a escultura traz um semblante que mescla força e feminilidade: “É uma das primeiras criações dessa coleção, uma negra bacante, como não deixaria de haver para um escultor nascido nessa terra”, explica o artista.
Além das esculturas, a mostrar é composta por monotipias, vídeos e um roteiro didático sobre a fundição de obras de arte em metal. A exposição vai ocupar as diversas salas dos dois andares do casarão do Palacete das Artes.
A curadoria é de Heloisa Helena Costa com participação do próprio artista, que pretendem criar um clima de imersão, com textos, projeções e vídeos que revelam as diversas etapas do processo criativo do artista. A mostra As Bacantes pode ser visitada de 12 de abril a 28 de junho, sempre de terça a domingo, das 13h às 19h.