Família de médico morto em consultório na Bahia questiona elucidação de caso

Dois presos afirmaram que foram contratados por homem que acusava médico de assediar mulher

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  • Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2021 às 07:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Os familiares do pediatra Júlio Cesar de Queiroz Teixeira, de 44 anos, questionam a versão apresentada para a morte do médico, que foi assassinado dentro do consultório em que atendia na cidade de Barra, na Bahia. Segundo a Polícia Civil, dois homens foram presos e confessaram o crime. A morte teria sido encomendada por um homem porque o médico teria assediado a esposa dele.

Em nota, os familiares do pediatra elogiam o trabalho dos policiais da delegacia da cidade e da 14ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (14ª Coorpin), mas afirmam que a nota divulgada pela assessoria da polícia dando o caso como elucidado é "precipitada e temerária".

"Neste sentido, a família do médico Júlio César de Queiroz Teixeira vem a público reiterar a confiança no trabalho da Polícia Civil e, ao mesmo tempo, solicitar a retificação da nota de forma que ela expresse a veracidade do atual momento das investigações", diz a nota divulgada pela família.

Eles criticam a ideia de que o caso foi "elucidado" com a versão dada pelos criminosos. "Elucidar significa esclarecer, decifrar, explicar de forma a não restar mais dúvidas a respeito do ocorrido. E sabemos que este caso ainda não foi elucidado inclusive pelo fato de que, na mesma nota, a ascom da Polícia Civil reitera textualmente que 'as equipes continuam realizando diligências para localizar e prender o mandante do crime", afirma o texto.

"Não vamos deixar que esse crime seja tratado como está sendo. Em memória do Dr Júlio César e pela forma como a família vem sofrendo com tantos desencontros de informações", acrescenta o texto.

Os familiares e amigos pretendem fazer um ato nesta quarta pela memória do médico.

Dois presos Ontem, equipes da 14ª Coorpin (Irecê) e da delegacia de Barra prenderam dois acusados pela morte - o homem que atirou e o que pilotava a moto usada para chegar e fugir. 

Os dois, que não tiveram nomes divulgados, confessaram o homicídio, dizendo que receberam R$ 2 mil cada para cometer o crime. Em depoimento, eles contaram que chegaram de moto por volta das 8h30 da quinta (23) à clínica onde o médico trabalhava. O passageiro desceu, foi até o consultório e atirou quatro vezes contra o pediatra. Uma criança era atendida no momento do crime, mas não ficou ferida.

Os dois criminosos afirmaram que foram contratados por um homem que disse que o médico teria assediado sua esposa durante uma consulta, e esse seria o motivo do crime. A informação é apurada.