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Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2020 às 15:35
- Atualizado há 2 anos
“Meu pai é professor de Matemática e tinha uma biblioteca em casa. Colecionava livros de literatura, revistas e enciclopédias. Tinha um tapete que eu gostava de brincar de carrinho que ficava na biblioteca do meu pai, onde eu costumava brincar e ficar admirando os livros”. A lembrança descrita por Saulo Dourado, 31, escritor e professor de Filosofia, é uma memória afetiva que veio a partir dos momentos prazerosos de contato com os livros ainda na infância.>
Nascido em Irecê, interior da Bahia, o escritor Saulo enxerga nos livros uma marca permanente na relação de afeto entre pais e filhos. “Aquele contato, aquele calor de uma presença contando história vai ser uma marca duradora do que significa estar em contato com o livro. Como autor, busco cumprir esse papel”, opina.>
Quando o objetivo da brincadeira é despertar no indivíduo o gosto pela leitura, o lúdico é uma forma interessante para atrair a atenção dos pequenos. Assim foi com a poetisa Palmira Heine, que lembra dos saraus realizados no quintal de sua casa, onde brincava com os irmãos. “Meu pai pegava poemas e fazia com que meus irmãos recitassem e eu, como era menor, ficava olhando com vontade de aprender a recitar. Tudo aquilo parecia mágica e, assim, ia me satisfazendo com aquilo”, conta Heine, que atualmente tem mais de 10 livros publicados.>
Quem também traz consigo boas lembranças da infância entre os livros é a relações-públicas Gabriele Silva, que iniciou o hábito da leitura a partir do incentivo de uma vizinha. “Quando eu era pequena, uma vizinha me emprestou um livro. Inicialmente, ela foi minha maior incentivadora e me emprestava diversos livrinhos”, relembra.>
As memórias afetivas são lembranças armazenadas no inconsciente formadas a partir de momentos de atenção e satisfação a determinada experiência. Normalmente, são desenvolvidas a partir de uma percepção sensorial como som, odor ou cor, desde que estejam ligadas a um momento afetivo marcante para o indivíduo.>
Dentre os diversos estímulos à memória afetiva, a leitura está presente na vida de 56% dos brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro (IPL). No Dia Nacional do Livro, comemorado anualmente em 29 de outubro, a data chama a atenção para a importância da leitura. >
O contato com livros pode ser feito em qualquer fase da vida, contudo, quando estimulado desde a infância tem maiores chances de tonar-se um hábito. Ler traz benefícios para toda a vida do indivíduo, como desenvoltura na fala, escrita, ampliação do vocabulário e compreensão e interpretação de texto. >
Média de leitura no Brasil O brasileiro lê, em média, cinco livros por ano, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Destes, a Bíblia é apontada como o tipo de livro mais lido pelos entrevistados e, também, como o mais marcante.>
Segundo a pesquisa, 5% dos leitores disseram que não leram mais porque acham os livros caros. Um dos fatores que influenciam a leitura, de acordo com o estudo, é o incentivo de outras pessoas. Ainda conforme a pesquisa, um a cada três entrevistados, o equivalente a 34%, disse que alguém o estimulou a gostar de ler.>
Fonte: Agência Educa Mais Brasil>