Famílias de velejadores presos em Cabo Verde são recebidas no Itamaraty

O velajador Lars Grael gravou um vídeo de apoio aos brasileiros

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  • Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2018 às 22:39

- Atualizado há um ano

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Familiares dos velejadores brasileiros condenados em Cabo Verde por tráfico de drogas foram recebidos nesta terça-feira (24) pelo Itamaraty e pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, em Brasília. Segundo João Dantas - pai do baiano Rodrigo Dantas, que foi condenado -, o plano é criar um plano de ação para conseguir reverter o resultado do julgamento que determinou que os três brasileiros e um francês devem ficar dez anos na prisão. Familiares de velejadores com a embaixadora Maria Dulce, a diretora de assistência consular Lilian e um assessor de assuntos federativos e parlamentar (Foto: Arquivo Pessoal) "Hoje foi para mostrar a real situação (do caso). Não foi uma sentença, foi uma execução", afirmão João Dantas. Ele diz que a embaixadora Maria Dulce Silva Barros e o deputado Antonio Imbassahy receberam o grupo muito bem e vão ajudar em uma série de ações para "mostrar a verdade dos fatos".  "Não tem confronto, (eles) vão tentar dentro da diplomacia essa correção, desse desvio cometido pelo juiz". João destaca ainda que o embaixador de Cabo Verde também trata o caso com muito cuidado e não tem medido esforços para acompanhar a situação dos brasileiros.

O velajador Lars Grael gravou um vídeo de apoio aos brasileiros presos dizendo que eles foram "vítimas do mesmo golpista". "To aqui para hipotecar a minha solidariedade às famílias, aos brasileiros presos injustamente em Cabo Verde. Entraram de gaiato no navio, é o termo de uma música popular brasileira, mas o problema é muito mais sério, porque são inocentes, conforme posição da Polícia Federal do Brasil, e nós queremos justiça", diz Grael, nome de destaque no iatismo do Brasil.

Entenda o caso Os baianos Rodrigo Dantas e Daniel Dantas, o gaúcho Daniel Guerra e o capitão da embarcação, o francês Olivier Thomas estão presos na cidade de Mindelo, Ilha de São Vicente, em uma prisão de segurança máxima. Eles alegam que foram vítimas de uma armação e não sabiam que havia cocaína escondida no casco do barco. 

Desde que a sentença foi proferida, as famílias dos velejadores não se conformam com a decisão. Segundo eles, o direito de defesa dos réus foi cerceado, já que as testemunhas de defesa não puderam ser ouvidas via videoconferência e foi desconsiderado o inquérito da Polícia Federal que apontava a inocência do quarteto. 

O grupo de três brasileiros e um francês foi contratado para transportar um veleiro de Salvador até a Ilha dos Açores, em Portugal, através da empresa de recrutamento e terceirização de mão de obra Yacht Delivery Company, cuja sede fica na Holanda. A embarcação pertence a um inglês, conhecido como George Saul, que só foi apresentado à tripulação na véspera da viagem. Ele está sendo procurado pela Interpol. 

O barco passou por duas fiscalizações da Polícia Federal em Salvador e em Natal, antes que deixasse o Brasil. Ao chegar na cidade de Mindelo, na Ilha de São Vincente, em Cabo Verde, passou por nova inspeção e a droga foi encontrada. Foto: Reprodução