Farol da Barra recebe iluminação especial em apoio ao Dia da Conscientização sobre a Fibromialgia

A cor ficará exposta durante todo o mês de maio para dar visibilidade à doença e conscientizar a sociedade sobre prevenção, diagnóstico e tratamento

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  • Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2022 às 07:00

. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

O poder de transformar o conhecimento, a dor e as necessidades de pacientes em palavras é o grande mote das campanhas de conscientização. Para Regina Celia, 58, diagnosticada com fibromialgia há oito anos, isso é o que fará diferença para incentivar a pesquisa de novos métodos de tratamento para a doença. 

“Precisamos fazer uma boa ligação desse processo de dar visibilidade ao que é preponderante para nós, que é política pública. Não necessariamente festejar, nem estar divulgando a dor da gente, mas a necessidade de melhorar essa dor, entender e acolher todos que a sentem”, incentiva Regina.

A fibromialgia é uma condição que não tem cura e que causa dor no corpo. Segundo estudos, a patologia é conhecida como uma síndrome dolorosa crônica, sem uma causa definida. O paciente tem dificuldade em produzir hormônios e neurotransmissores relacionados ao alívio da dor.

Na semana em que é comemorado o Dia da Conscientização sobre a Fibromialgia, no dia 12 de maio, o Farol da Barra, um dos pontos turísticos mais famosos de Salvador, está iluminado na cor lilás. A campanha “Fibromialgia em Holofote” está sendo promovida pela Associação Nacional de Fibromiálgicos e Doenças Correlacionadas (Anfibro).

Quem passava por lá, parava, olhava um pouco, mas parecia não entender o significado da iluminação pigmentada no Farol, mas no caso de Ítala Cristina, 36, foi diferente. Ao ver o tom, ela lembrou de uma ex-colega de trabalho diagnosticada com a doença e falou da importância de ações como essa. 

“Se não fosse por isso, talvez eu nunca soubesse, já que é tão pouco divulgado. Lembro que ela reclamava do frio do ar condicionado, que era um gatilho para a dor no corpo. Muito bom saber de uma campanha voltada para a conscientização”, afirma Ítala. 

A cor ficará exposta durante todo o mês de maio. A ação tem como objetivo dar visibilidade à doença e conscientizar a sociedade sobre prevenção, diagnóstico e tratamento. O que para Regina, foi um problema que enfrentou a vida toda, mas que só descobriu do que se tratava, quando completou 50 anos.  

No final de 2015, quando tratava uma hérnia de disco, passou por situações que desencadearam um pico de depressão e de dor frequente no corpo. Percebendo a gravidade do seu quadro, ela foi encaminhada, pelo médico que a acompanhava, para um reumatologista. Nesta época, ela passou por uma série de exames que descartaram outras doenças, o que indicou o diagnóstico de fibromialgia. 

A médica algologista do Itaigara Memorial Clínica da Dor, Anita Rocha, explica que essa é uma doença que atinge principalmente mulheres em idade reprodutiva. Os sintomas mais comuns são dor generalizada, alterações no sono e alterações de humor.

Como a doença ainda não tem um exame específico para o diagnóstico, é importante ficar atento aos sinais de alerta que o corpo pode apresentar. “Se o paciente reclama de dor sem um motivo aparente e, somado a isso, há mudanças do sono a ponto de atrapalhar a rotina, é um alerta para se buscar assistência”, explica.

Sandra também chama atenção para o preconceito em relação à doença. “Tem gente que não acredita, que acha que somos hipocondríacas ou loucas, devido às alterações de humor, mas não é isso. Por isso, é importante falar, para que haja um diagnóstico e esses  estigmas sejam quebrados”, alerta. 

O tratamento é realizado através de uma abordagem multiprofissional. É abordado o alívio da dor, através do uso de medicamentos e de procedimentos de bloqueio - realizados com o uso de anestésicos locais por diferentes vias -, e a presença do apoio psicológico. Com eles é possível garantir uma vida mais ativa para os pacientes.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo