Feedback: saiba como utilizar a ferramenta da melhor forma

Para funcionar, método depende do líder e do funcionário

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  • Maryanna Nascimento

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 05:20

- Atualizado há um ano

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No início da sua carreira, à época como gerente de unidade de negócios, Raquel Castro passou por uma experiência constrangedora. Acontecia uma reunião com cinco pessoas, até que o seu chefe escolheu ela para uma sessão de feedback, ali mesmo, naquele momento. Ele falou sobre o que ela deveria melhorar e também deu retornos positivos. Por ter outras pessoas ouvindo sobre a sua performance, Raquel sequer conseguiu replicar e só escutou o que foi dito, se mostrando embaraçada. Histórias como essa mostram que feedback é uma arte e precisa de cuidados.

Mas afinal, o que é feedback? Nada mais do que uma ferramenta que avalia o desempenho de profissionais e normalmente é dada pelos gestores. De acordo com Mariângela Schoenacker, consultora de carreiras da Lee Hecht Harrison (LHH) no Nordeste, existe mais de um tipo de feedback. O primeiro é o formal, como uma avaliação de desempenho. Outro exemplo é o informal e oportuno. “Também existe o positivo, em que eu quero estimular; o corretivo, em que mostra o que foi feito bem e o que não e o ofensivo, em que nada é dito, mas faço cara (feia)”, explica.

Segundo Ana Paula Tozzi, diretora executiva da AGR Consultores, é válido analisar a mudança do feedback nos últimos cinco anos. “Antes a gente falava de processo de avaliação de desempenho, de formulários burocráticos com pontuação e de algo que acontecia apenas duas vezes ao ano”, explica. Atualmente, Ana acredita que a ferramenta traz uma transformação na relação entre liderança e equipe. “Você aumenta o número de vezes que tem contato com a sua equipe, melhora a comunicação e não deixa uma janela tão grande entre os feedbacks”, diz.

Raquel Castro, que se constrangeu com um feedback repentino, hoje atua como coaching e consultora em Desenvolvimento de Recursos Humanos e ressalta que é importante que a ferramenta seja estruturada, clara e com um acordo de desempenho. “É algo que vai orientar o colaborador a se alinhar com a estrutura da organização”, diz. Um exemplo, segundo ela, é “quando há uma referência de valores e comportamentos e o colaborador ou está de acordo com isso ou não consegue aderir.” É nesse momento que o feedback faz o seu papel. Segundo as especialistas entrevistadas pelo CORREIO, um feedback completo depende tanto da atitude do gestor quanto da recepção do funcionário. Confira ao lado algumas dicas para não errar na hora ‘H’.360 graus O constrangimento vivido por Raquel também poderia ter acontecido com o seu chefe, afinal quem lidera não fica imune à avaliação de desempenho. Porém, de acordo com Mariângela, “quando o feedback é 360°, ele tem um processo estruturado”. Ou seja, o risco de cometer um erro é menor. A avaliação 360° - ferramenta que permite ser avaliado por todos - geralmente funciona com um questionário aplicado a alguns funcionários e sua principal função é identificar qual a percepção da equipe sobre um determinado profissional. Nesse caso, o chefe. Ainda que seja um formulário padronizado, quando o funcionário não sabe como expressar as suas críticas, ele corre o risco de avaliar o seu gestor de forma incoerente. Portanto, é importante pedir orientação para quem está gerindo a ferramenta na organização antes de responder. Ser objetivo, claro e avaliar com propriedade é o primeiro passo para cumprir a tarefa.