Festa para os santos gêmeos em Salvador

Homenagens a Cosme e Damião reúnem católicos e adeptos do candomblé

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  • Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 23:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/ CORREIO

A devoção do barman Josué Barreto, 50 anos, por São Cosme e São Damião vem de berço. Desde criança, ele acompanha os carurus que a mãe oferecia para os santos gêmeos. Todo 27 de setembro, ele entrega balas para as crianças pelo bairro de Brotas e em frente à paróquia dedicada aos santos, na Liberdade.

Nesta sexta-feira (27), Josué chegou à paróquia da Liberdade com uma mala cheia de doces. A cada passo que dava, ele era abordado pelas crianças que se aglomeravam em frente ao templo.“Eu pratico um pouco do candomblé e do catolicismo. Há cerca de 11 anos, eu distribuo as balas para ser um tipo de gratidão”, disse.Para ele, é emocionante ver pessoas com tanta fé reunidas em louvor aos santos. A tradição de distribuir doces (Foto: Arisson Marinho) É da igreja que sai a procissão que faz o circuito até a Lapinha em homenagem aos santos. O diácono Sérgio explica que o catolicismo celebra os santos gêmeos no dia 26 de setembro. Até o ano de 1968, a data caía no dia 27, quando as religiões de matriz africana também fazem as suas celebrações. Apesar da mudança, a homenagem permaneceu, e, até hoje, a paróquia realiza a procissão no dia 27.

“Por existir há muitos anos, não podemos fugir e é uma maneira de evangelizar o povo e mostrar quem foram os santos”, explicou.

Na igreja, é feita uma novena para os santos que se encerrou na noite de quinta-feira (26), com uma missa presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger. Fiel participa de missa na Liberdade (Foto: Arisson Marinho) Em meio a crianças fervorosas com os doces, a doméstica Ana Silva também conseguiu garantir suas balas. Há mais de cinco anos ela participa da procissão da paróquia. “Para mim é uma tradição. Venho pela missa e para pegar os doces, que me lembram a infância”, contou. 

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro