Festas populares aumentam estadia de turistas em Salvador

Expectativa do trade turístico é de receber 3,7 milhões de visitantes de dezembro a março

  • D
  • Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Edmilson Santana da Silva aproveita para lucrar nas festas populares: ele vende flores há 15 anos (Foto: Marina Silva/CORREIO) Com a vinda de 3,7 milhões de turistas para Salvador entre dezembro e março, a ocupação dos hotéis da capital baiana irá bater os 93% de média durante os quatro meses. A estimativa é da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA). Para o diretor de marketing da entidade, Luciano Lopes, o calendário de festas populares é “muito importante”, principalmente por estender a estada das pessoas na cidade.“Geralmente, aumenta a estada deles entre dois e três dias aqui na capital. Isso é ótimo, porque influencia em toda uma rede de segmentos. Além da demanda adicional do Verão, as festas acabam mantendo as pessoas mais tempo aqui”, diz Lopes.O impacto maior ocorre nos dias de semana - quando a ocupação costuma ser menor. “No Bonfim, por exemplo, que cai em uma quinta-feira, os turistas começam a chegar na quarta-feira, estendendo essa estada”, pontuou.

O Carnaval deve alcançar entre 95% a 100% de ocupação hoteleira e o Réveillon deve fechar em 100%, com todos os hotéis ocupados em Salvador. “Já em fevereiro, teremos a ocupação média de 81%. A demanda dos hotéis costuma ser da própria Bahia, do interior do estado, mas também uma demanda muito forte de  Minas Gerais, Brasília e  do Nordeste. Fora do Brasil são mais os argentinos e chilenos”, explicou.

A Associação Brasileira de Agências de Viagens na Bahia (Abav-BA) explicou que as festas tradicionais já são grandes conhecidas do calendário das operadoras nacionais - sendo vendidas como destino. As festas de maior destaque  são Carnaval, Navegantes, Lavagem do Bonfim e Iemanjá.“As demais festas têm uma divulgação local com as entidades e órgãos do nosso segmento e o dos hotéis para os seus hóspedes”, disse.Quem também comemora a chegada das festas populares são os ambulantes de Salvador. De acordo com o presidente do sindicato de Feirantes e Ambulantes (Sindifeira), Milton Ávila, o orçamento dos ambulantes “mais do que triplica durante essa época”. “Muitos trabalhadores só trabalham nessas festas e têm como renda principal essa época. Se trabalhar em todas as festas, eles conseguem um orçamento de R$ 6 mil a R$ 15 mil”, contou Ávila. O credenciamento já está aberto para a Conceição da Praia e Santa Luzia (veja ao lado).

Para os bares e restaurantes, o crescimento no movimento é parcial. “Costuma melhorar nos dias anteriores às festas. Os baianos gostam de antecipar essa comemoração nos bares e restaurantes formais e acabam migrando para os ambulantes nos dias das festas. Quem acaba se beneficiando de alguma forma são os bares e restaurantes ligados ao lazer - e não ao negócio”, contou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-BA), Luiz Henrique do Amaral.