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Priscila Natividade
Publicado em 25 de agosto de 2019 às 17:37
- Atualizado há 2 anos
Os 500 dias da prisão do ex-presidente Lula reuniu na tarde deste domingo (25), no Farol da Barra, militantes e apoiadores de partidos de esquerda e centrais sindicais no Festival Lula Livre. A iniciativa reuniu também artistas como os cantores Chico César e Dão, os grupos Ilê Ayê e Cortejo Afro, mais as cantoras Ana Cañas e Marcia Short além de outras atrações. >
A manifestação é mais um ato para pressionar Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar os recursos a favor da liberdade de Lula, encaminhados pela defesa do petista, acusado no ano passado, pelo caso do Triplex do Guarujá. >
“O sistema judiciário brasileiro tem que tomar uma atitude com relação a isso. Agressões ao meio ambiente, corte de verbas da educação só comprovam este retrocesso que nós estamos vivendo. E o festival é uma maneira de seguir pregando a paz, a esperança e a preocupação por um Brasil melhor”, afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-BA), Cedro Silva. >
A aposentada Maria de Lourdes Napomuceno, de 71 anos, fez questão de participar do festival. “A política de Bolsonaro quer tirar direitos e nós não podemos deixar. Sou em prol do Lula Livre. Ele é inocente. Não há provas contra ele. Tudo que conquistamos foi feito com muito sacrifício”, defende. >
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O também aposentado Adailton Vital, de 63 anos, veio do município de Santo Amaro só para acompanhar a manifestação. “Lula não deveria nem ser preso. Tiraram ele, porque sabiam que ganhariam a eleição. Agora o povo tá vendo aí: sem verba pra faculdade, saúde, nada”. >
Para a técnica de enfermagem Ivone Silva, de 61 anos, não dá mais para ficar de braços cruzados: “Todo mundo sabe, todo mundo está vendo que isso foi um golpe. Precisamos conscientizar e o festival é uma maneira de fazer isso. Pela liberdade, democracia e justiça social. Eu sei que de lá do meu sofá, não vou mudar nada. Tem que vir para a rua mesmo, provocar esta transformação mais que urgente”, afirma. >
Recursos na Justiça>
Preso pela Operação Lava Jato, na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde o dia 7 de abril de 2018, o ex-presidente Lula teve na última sexta-feira (23), um dos recursos negado pelo STF. A defesa contestou a autorização de perícia nos documentos da Odebrecht mantidos em sigilo durante o processo, sem que a defesa tivesse a oportunidade de se manifestar. >
O recurso em questão, no entanto, mesmo que concedido não implicaria na libertação ou não do petista, já que o tema não era o foco da contestação. Na época, a perícia foi autorizada pelo ex-juiz Sérgio Moro, quando estava à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba. >
Nesta terça-feira (27), o STF deve julgar outro recurso de Lula. Desta vez, a defesa pede para que seja suspensa a ação penal sobre o Instituto Lula, que aguarda julgamento na primeira instância. A defesa quer também neste mesmo dia, discutir outros dois recursos que não foram julgados – um que discute a suposta parcialidade de Moro no caso do Guarujá, após as denúncias feitas pelo Intercept Brasil. O outro, diz respeito à contestação da isenção da Força Tarefa da Lava Jato durante as investigações envolvendo o tríplex. Os advogados querem que a condenação seja anulada e Lula seja libertado. >