Festival Tempero Bahia anima o Passeio Público neste fim de semana

Com programação gratuita, evento reúne culinária, música e história

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  • Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2019 às 17:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr. / CORREIO

A união entre gastronomia, música e história marcou a abertura da terceira edição do festival Tempero Bahia, que acontece neste fim de semana no Passeio Público, no Campo Grande.

O evento, que é gratuito e vai das 11h às 21h, leva ao público uma experiência plural, não se limitando aos estandes gastronômicos ou às apresentações musicais, como explica a organizadora do festival, Djanira Dias: “É muito mais do que ir comer um prato em um dos restaurantes, ou do que ser só uma feira de gastronomia. É um diferencial, ter um evento que valorize a culinária e que traz essa questão do ao vivo, de ser num parque, é uma forma primordial de viver a cultura e gastronomia”.

No estande Cozinha Show, neste sábado (17), o chef Isaias Neres preparou uma receita de tapioca crocante com queijo de ovelha e um molho de pimenta africana. O tempero da África é um dos elementos escolhidos para marcar o tema deste ano: Bahia, África e Portugal – Uma Mistura de Sabores. Chef Isaias ministrou a primeira sessão do Cozinha Show (Foto: Betto Jr. / CORREIO) Quem também apresentou uma receita em tempo real na feira foi a chefe portuguesa Ana Roldão, que, além das técnicas culinárias, domina o conhecimento de história, principalmente da família real de Bragança e a imperial brasileira.

A aula ministrada por ela ganha ainda mais relevância quando é intercalada com os conhecimentos e fatos históricos propostos pela professora, que revelou que a receita da sopa preparada era a preferida da Rainha Maria I, no século XVIII. “Moro aqui há 26 anos e, em todas as palestras que conto essas histórias, os brasileiros gostam muito. Com os estudos, me aproximei muito dos conhecimentos sobre a família imperial brasileira, que diz muito sobre a conexão da história e comida”, contou.

E é justamente por se mostrar multicultural que o festival atrai um público de diversas idades. A bancária Deise Câmara, 43 anos, esteve lá acompanhada do marido Ricardo, 44, e dos dois filhos, que são o motivo do passeio pelo festival: “A gente sempre gosta de frequentar eventos culturais, ainda mais por causa dos filhos, porque propicia um passeio diferente, eles descobrem coisas novas”. Quando se trata de culinária, que é um hobby da família, é mais um motivo para se unirem. O festival contou com uma feira de artesanato chamado Mercado do Passeio (Foto: Betto Jr. / CORREIO) Além da culinária, o festival abre espaço para a moda, artesanato e estandes gastronômicos no Mercado do Passeio, que tem curadoria da estilista Mônica Anjos. No fim da tarde do sábado (17), o grupo Sonora Amaralina dá início à programação musical, finalizada com Keko Pires e o Quarteto Zona Azul.

No domingo (18), os paulistas Zé Manoel e Filipe Massumi se apresentam em um show instrumental com teclado e violoncelo, seguidos pelo grupo de choro Choroscomfusão, que vai explorar o mote do festival de forma musical, misturando ritmos das culturas brasileira, africana e portuguesa. Alguns estandes culinários estavam na feira (Foto: Betto Jr. / CORREIO)  Para quem não comparecer ao Passeio Público, o Tempero Bahia está espalhado pela cidade. Ao todo, 27 restaurantes levam a ideia do evento para as cozinhas e servem pratos preparados por chefs e cozinheiros locais até o dia 25 de agosto.

“Também é uma valorização dos talentos. O circuito dos restaurantes estimula a criatividade de toda a parte da gastronomia local, valoriza os chefs, afinal nosso trabalho passa pela divulgação deles e dos pratos. Torna-se uma exposição deles também”, afirma Djanira. Uma parceria com o Sebrae e o Senac também leva cursos de capacitação gratuitos para os restaurantes, colocando em prática temas como qualidade no atendimento ao cliente e redução de desperdícios.

*com orientação do editor